A Index — uma agência de PR com 180 clientes, incluindo gigantes como a Azzas 2154 e o Iguatemi — está criando uma joint venture com a Network, uma agência boutique que opera nos Estados Unidos.
Batizada de IN (as iniciais das duas empresas), a JV vai ser dividida 50/50 entre a Index e a Network, a agência fundada por Daniel Urzedo, um brasileiro que se mudou para Nova York há mais de 20 anos.
Enquanto a Network está contribuindo com seus 12 clientes, incluindo a Ray Ban e a Gucci, a Index vai fornecer sua estrutura operacional, com mais de 100 funcionários, além de oferecer os serviços da nova agência para sua base de clientes.
O plano da IN é focar sua atuação nas empresas brasileiras que queiram internacionalizar seu negócio para os Estados Unidos — dando suporte desde a distribuição dos produtos até a comunicação, branding e marketing.
“A nossa ideia é olhar para o mercado brasileiro e mapear as marcas que faz sentido levar para fora,” Taciana Veloso, a cofundadora da Index, disse ao Brazil Journal. “É um trabalho de longo prazo, porque nem sempre a marca vai estar preparada naquele exato momento para fazer esse movimento. Mas tem muitas empresas com esse perfil.”
Segundo ela, de 20% a 30% dos 180 clientes da Index teriam potencial para uma internacionalização.
“Mas não é algo trivial. As marcas precisam se adaptar para ir para fora, porque é tudo diferente — a forma de trabalhar e o comportamento dos consumidores,” disse Sussu Vidigal, a outra fundadora da Index. “Não queremos perder tempo nem capital do cliente. Se acharmos que a marca não está pronta vamos falar os pontos que ela precisa melhorar para conseguir dar este passo.”
A Network já tinha escritórios em Nova York e Los Angeles. Com a criação da IN, vai abrir uma nova operação em Miami, que será tocada por uma executiva americana.
Fundada 20 anos atrás, a Network começou justamente com a internacionalização de marcas brasileiras, e seu maior case foi a marca Alexandre Birman, que já foi criada pensando no mercado americano.
Com o tempo, no entanto, a agência acabou focando também em atender marcas americanas e europeias.
“A internacionalização é um trabalho de longo prazo, super competitivo, super de formiguinha e estratégico. Mas quando dá certo esse trabalho gera uma escala e uma receita enorme, às vezes até maior que a receita do Brasil,” disse Daniel.
Fundada em 1996, a Index foi o primeiro trabalho de Taciana e Sussu, que haviam acabado de se formar na faculdade quando decidiram empreender no mercado de PR.
De lá para cá, a agência conquistou gigantes como Azzas, Cimed, Diageo, Grupo Iguatemi e Eudora, e ampliou sua oferta de produtos, transformando-se numa agência “full service” (com o PR como core, mas também com serviços de conteúdo, eventos e marketing de influência, por exemplo).
A Index não abre seu faturamento, mas Taciana diz que a agência estaria no top 10 das maiores agências de PR do Brasil — um ranking cujo faturamento vai de R$ 50 milhões até os R$ 550 milhões da FSB.
Essa é a segunda JV criada pela Index. Em 2023, a agência criou a ATO em parceria com Marina Cançado para focar em sustentabilidade e ESG.