A greve dos caminhoneiros está começando a estrangular os aeroportos, com Brasília e Congonhas dependendo de cada carreta que chega para continuar operando, segundo fontes na Infraero, operadores privados e companhias aéreas.
A greve, hoje em seu terceiro dia, é um protesto da categoria contra a alta no preço do diesel. Os caminhoneiros também bloqueiam a saída de refinarias impedindo a saída de caminhões-tanque.
O aeroporto de Brasília, um dos principais centros de conexão do país, opera em esquema de contingenciamento desde esta manhã. Agora, só recebe voos que possam seguir para o próximo destino sem precisar reabastecer.
Em Congonhas, só há estoque até as 20 horas. Das 28 carretas programadas para abastecer o aeroporto ao longo do dia, apenas quatro conseguiram furar o bloqueio dos caminhoneiros. (A Shell, que deveria entregar 10, só conseguiu trazer quatro; a BR Distribuidora, nenhuma das 14 previstas.)
Em Palmas e Aracaju, a bomba já secou. Em Recife, está quase. Uma liminar da Justiça Federal determinando o desbloqueio da via que dá acesso ao aeroporto foi ignorada pelos grevistas.
Caso a situação não se normalize até esta madrugada, parte dos voos domésticos ficará no chão amanhã.
Como as malhas aéreas são interligadas, a falta de combustível em cinco ou seis aeroportos é suficiente para parar o País. Por segurança, as companhias precisam decolar não apenas com o necessário para ir do ponto A ao ponto B, mas com uma reserva adicional caso precisem alternar para um terceiro aeroporto.
A situação só é confortável em Guarulhos e no Galeão, aeroportos que possuem tanques de armazenamento. Em ambos, o abastecimento é feito por tubulações subterrâneas. Em Guarulhos, os tanques são suficientes para cinco dias de operação. O BH-Airport (Confins) não foi afetado pela greve, mas o operador já prepara um plano de contingenciamento.
Para relaxar a tensão do dia, só mesmo a piada que circula no Whatsapp: “A greve já está afetando assaltantes de carga do Rio de Janeiro.”