Em 2016, Alex Seibel visitou uma loja da Whole Foods nos Estados Unidos e ficou chocado com a quantidade de marcas diferentes de produtos de limpeza sustentáveis.

“Tinha uma prateleira inteira só disso. Eram umas 30 marcas, enquanto no Brasil existiam só duas,” ele disse ao Brazil Journal.

IMG 1547O empreendedor viu uma oportunidade de preencher esse vácuo e fundou a Positiva, a primeira startup de produtos de limpeza verde do Brasil.  

De lá para cá, a companhia já lançou mais de 60 SKUs, que vão desde uma bucha vegetal — o carro-chefe em volume — até um lava-roupa líquido, desodorante, shampoo em barra e uma pasta de dente.  

A startup tem mais de 80 mil clientes cadastrados em seu ecommerce, e está presente em grandes varejistas como as drogarias São Paulo e Pacheco e os supermercados Mambo e St. Marché. 

A Positiva faturou R$ 15,9 milhões ano passado, e a projeção é de um top line semelhante este ano, de R$ 16,2 milhões. Daqui para frente, a startup espera uma aceleração brutal, faturando R$ 44 milhões em 2026.Agora, para expandir sua capacidade fabril e seu time de vendas e marketing, a startup está levantando uma rodada de crowdfunding

A meta é captar R$ 9 milhões a um valuation de R$ 45 milhões (pre-money) por meio da plataforma Kria.

A Positiva vai usar recursos em três frentes: expandir sua fábrica e investir em P&D para o desenvolvimento de novas tecnologias de formulação e de embalagem; aumentar o awareness da marca; e capital de giro. 

O investimento na fábrica, adquirida no ano passado, é uma das apostas da Positiva para deixar de ser um negócio de nicho — o que acontece em grande parte pelo preço. Pela falta de escala e matérias-primas, seus produtos são substancialmente mais caros que os produtos de limpeza tradicionais. 

“Fizemos muitas pesquisas com nossos consumidores, além de pesquisas independentes, e vimos que existe uma disposição de pagar um ‘prêmio verde’, mas há um teto para isso,” disse Leandro Menezes, o CEO da Positiva. 

Segundo Leandro, esse teto é de até 30% sobre o preço do produto convencional. 

A fábrica da Positiva – comprada para reduzir o custo de fabricação – já é responsável pela produção de 51% dos produtos vendidos pela empresa, e a meta é levar esse número para 80% nos próximos dois anos. 

“Alguns produtos vão continuar sendo feitos com terceiros. Mas produtos de maior recorrência, volume e margem queremos produzir todos dentro de casa,” disse Seibel. 

A Positiva já investiu R$ 8 milhões na fábrica, que, segundo a empresa, pode dobrar sua margem bruta. 

Em algumas linhas de produtos que passaram a ser produzidas in-house, isso já começou a acontecer. A margem bruta dos sabonetes em barra, por exemplo, passou de 40% para 47% depois da fábrica, com o volume de vendas aumentando em 250%. A do desodorante seguiu uma mesma dinâmica: a margem bruta saltou de 40% para 64,5% e o volume cresceu 44%. 

No Brasil, a Positiva foi a pioneira nesse mercado, mas não é mais a única. 

A startup compete hoje com marcas como a Yvy, que vende produtos de limpeza feitos com ingredientes naturais no formato de cápsulas; e com a B.O.B, que faz produtos de higiene pessoal sustentáveis, como shampoos e condicionadores em barra.