LISBOA — A Binance — a maior corretora de criptomoedas do mundo — anunciou na semana passada um investimento de US$ 500 milhões no Twitter, como parte do consórcio que co-investiu com Elon Musk.
Mas o que cripto e redes sociais têm em comum?
Mais do que você imagina, diz Changpeng Zhao, o “CZ”, o controverso fundador da Binance.
“Uma das nossas missões é estimular a liberdade do capital. Mas antes da liberdade do capital, precisamos ter a liberdade de expressão,” CZ disse hoje à noite na abertura do Web Summit, em Lisboa. “O Twitter é onde a comunidade cripto está, onde os políticos estão…”
CZ disse que vê o Twitter como uma plataforma para as comunidades, onde todo mundo pode ter voz. “Eu sou um heavy user. Passo mais tempo no Twitter que no app da Binance.”
Segundo ele, o investimento no Twitter é de longo prazo — um horizonte de 10, 20 anos.
“Não estamos preocupados com o resultado de curto prazo, mas com o potencial de longo prazo do Twitter, e com Musk o potencial é enorme. Em 10 anos achamos que a plataforma vai ser muito maior do que é hoje,” disse ele.
A Binance já havia dito que também pretende estudar formas de usar o blockchain para criar soluções que possam ser usadas no Twitter, por exemplo para resolver o problema dos bots — os perfis falsos.
No Web Summit, CZ também falou sobre a regulação das criptos, dizendo que sua visão sobre o assunto não é ‘black and white’.
“Boas regulações são boas. Más regulações são ruins. O difícil é fazer uma regulação que proteja os consumidores mantendo a inovação,” disse ele. “Tem que ter um equilíbrio, porque se você faz só uma das coisas você prejudica o outro lado.”
Para ele, Dubai, França, Abu Dhabi e Espanha têm regulações equilibradas sobre o assunto, enquanto a China é um dos piores países. “Mas Hong Kong tem dado alguns sinais positivos.”
O repórter viajou a convite da Brivia, grupo de comunicação especializado em transformação digital de grandes marcas.