Entre quinta-feira e hoje, as ações do Banco Inter subiram 34%.
Parte dessa alta tem a ver com uma movimentação de investidores antes da oferta de R$ 1 bilhão em novas ações que o Inter deve lançar nos próximos dias.
Como manda a Instrução 476 da CVM, os atuais acionistas do banco terão prioridade na oferta, e precisam informar até o quinto dia do processo de venda (que dura oito dias pela regra da CVM) se pretendem ou não exercê-la.
Em tese, os atuais acionistas interessados em acompanhar a oferta teriam até este prazo — o quinto dia — para manter ou aumentar sua posição.
Mas, em paralelo à oferta, o Inter está unitizando suas ações. A liquidez deve migrar da ação preferencial que negocia hoje (BIDI4) para uma unit (BIDI11) formada por duas ações PNs e uma ON.
Os detentores de BIDI4 têm uma semana para comunicar a suas corretoras se desejam unitizar seus papeis — evitando ficar presos numa ação com liquidez reduzida.
Como o prazo da unitização começou hoje e termina na próxima segunda, investidores que desejam ampliar suas posição no banco provavelmente decidiram acelerar suas compras nos últimos dias de forma a poder unitizar 100% da posição (e acompanhar a oferta), o que explica parte da alta.
O papel de investidores pessoas físicas também não pode ser desprezado. Na semana passada, o Inter desdobrou suas ações na proporção de 1 para 6, aumentando o acesso de pequenos investidores, já que um lote básico de 100 ações que antes custava R$ 6 mil agora sai por R$ 1,4 mil.
O número de negócios com o papel do Inter subiu de 2 mil por dia (antes do desdobramento) para 33 mil hoje, e o giro diário, antes ao redor de R$ 30-35 milhões, explodiu para mais de R$ 200 milhões na sexta-feira e hoje.
Por fim, o feriado de terça-feira em São Paulo — que reduz em um dia o prazo para unitização — pode ter apressado as compras (sem falar em algum short squeeze).
No fechamento de hoje, o Inter valia R$ 8,6 bilhões na Bolsa.