O Morgan Stanley rebaixou sua recomendação para as ações brasileiras citando os riscos fiscais que o País enfrenta e dizendo que “as coisas ainda podem piorar, antes de melhorar.”

Num relatório publicado hoje, o banco disse que o cenário ‘bearish’ para o Brasil seria um pouso forçado para os lucros das empresas e a entrada em dominância fiscal — um cenário em que a situação fiscal se deteriora tanto que a política monetária se torna ineficaz para controlar a inflação. 

Luiz Inácio Lula da Silva

“Estamos rebaixando o Brasil para ‘underweight’ porque o curso atual seguido pelos formuladores de políticas públicas sugere um alto risco desse cenário se materializar,” diz o relatório.

Já o cenário ‘bull’ seria um pouso suave com um rebalanceamento do modelo de crescimento do País na direção de investimentos e exportações e distanciando-se do modelo de gastos e consumo.

“As taxas de juros precisam cair no Brasil e o mercado precisa se afastar dos riscos associados à dominância fiscal,” diz o banco. “Vamos monitorar sinais de uma mudança de curso dos formuladores de políticas públicas que possa afastar o País do modelo de gastos e aumento da dívida para o de investimentos e queda nos juros, levando o mercado de capitais do Brasil (com US$ 1,8 trilhão em AUM) da dívida para o equity.”

O Morgan Stanley disse, no entanto, que ainda é muito cedo para construir um portfólio em cima desse cenário ‘bull’ e que as “coisas ainda devem piorar antes de melhorar.”

No relatório, o banco também rebaixou sua recomendação para as ações do México, citando como maior risco o populismo do novo Governo e um desalinhamento com os Estados Unidos. 

“A oportunidade para o México está em consolidar seu papel como um ‘buffer’ para os Estados Unidos versus a China, em vez de uma ponte usada pela China,” diz o relatório. 

Na região, o Morgan Stanley disse que está mais otimista com os países andinos (Chile e Colômbia) e com a Argentina, já que enxerga uma maior probabilidade de uma melhora política nesses mercados.