A PetroReconcavo acaba de anunciar que José Firmo passará a ser o novo CEO da companhia, substituindo Marcelo Magalhães, que está no comando da petroleira há quase 16 anos.
A passagem de bastão será efetivada em 1º de janeiro.
No fim do ano passado, Magalhães já havia sinalizado para o conselho que gostaria de se afastar do cargo para tocar projetos pessoais, especialmente nas áreas de ESG e inteligência artificial, e também ficar mais próximo à família.
O primeiro contato da PetroReconcavo com Firmo, que ocupou o cargo de CEO do Porto do Açu nos últimos quatro anos, aconteceu há quatro meses.
Apesar de sua experiência recente em logística, Firmo fez carreira no setor de óleo & gás. Teve uma passagem de cinco anos pela Seadrill, especializada na exploração offshore, onde chegou a CEO no Brasil e vice-presidente para as Américas.
Antes disso, atuou por 23 anos na Schlumberger – agora renomeada SLB – onde chegou a presidente da operação brasileira.
Para Magalhães, os conhecimentos de Firmo na área logística serão fundamentais para a PetroReconcavo recuperar os índices de eficiência que tinha no passado, antes da empresa aumentar seu faturamento em 10x nos últimos cinco anos.
“A questão logística é um dos grandes desafios do setor, ainda mais pensando na dificuldade da exploração onshore, que tem milhares de poços e em áreas com difícil comunicação,” Magalhães disse ao Brazil Journal.
“E também tem a parte logística do outro lado, pois estamos entrando no midstream e criando novas rotas e formas de comercializarmos o nosso gás.”
A PetroReconcavo será a primeira experiência de Firmo em uma empresa de capital aberto. Ele foi questionado pelo conselho sobre uma eventual dificuldade no contato com o mercado pela falta de experiência, mas se mostrou tranquilo.
“Eu sabia que esse seria o primeiro questionamento do conselho, mas disse que me sinto preparado tanto pela humildade que sei que preciso ter quanto pela minha experiência por diversas áreas da cadeia,” disse Firmo.
Firmo vai assumir a PetroReconcavo em um ano que pode marcar o início de uma consolidação no setor – e em que a empresa diz querer ser compradora.
Ao mesmo tempo, o novo CEO terá que lidar com a pressão do mercado após o anúncio de um aumento de 60% no capex para os próximos anos, além de uma desaceleração na produção registrada nos últimos meses.
Essa preocupação está refletida no preço das ações. Nos últimos doze meses, a PetroReconcavo cai 33% na Bolsa, ficando bem atrás de pares como a Prio (alta de 30%) e 3R Petroleum (queda de 11%).
A PetroReconcavo fechou o dia valendo R$ 5,7 bilhões na B3.