Numa assembleia de acionistas que começou às três da tarde e terminou às 2h da manhã, a Petrobras passou por uma ampla transformação de seu conselho de administração. 

Juca Abdalla — o investidor pessoa física dono de 0,75% do capital da companhia — pediu voto múltiplo e conseguiu eleger dois conselheiros, aumentando a representação dos minoritários para três dos onze membros pela primeira vez na história. 

Marcelo Mesquita, o sócio da Leblon Equities, foi eleito para seu terceiro mandato consecutivo pelos minoritários ordinaristas. Ele está na companhia desde a gestão Pedro Parente no governo Temer. 

Abdalla, que tem R$ 2,3 bilhões investidos na companhia, elegeu os advogados Leonardo Pietro Antonelli e Rodrigo de Mesquita Pereira, que já está no conselho fiscal da Cemig (também colocado por Abdalla).

O FIA Dinamica Energia, em que Abdalla é o único cotista, administra R$ 9,5 bilhões. O fundo tem 47,2 milhões de Petrobras ON (R$ 1,13 bilhão) e 49,3 milhões de PNs (R$ 1,15 bi) -— além de mais de R$ 2,5 bilhões investidos na Eletrobras ON, R$1,4 bilhão na CEG, distribuidora de gás do Rio de Janeiro, e mais R$ 1,2 bilhão na Cemig. 

Na última década, o FIA rendeu 7,8% ao ano contra 3,5% do Ibovespa, mas perdeu do imbatível CDI, que retornou 9,5% ao ano.

Sônia Villalobos e Maria Claudia Guimarães não se reelegeram.

O presidente da Funcesp, Walter Mendes, não buscou reeleição.  

Rosangela Torres foi eleita pelos empregados da Petrobras. 

Reeleitos pelo acionista controlador:  Eduardo Bacellar Leal Ferreira (chairman do conselho), Roberto Castello Branco (CEO), João Cox Neto, Omar Carneiro da Cunha Sobrinho, Paulo César de Souza e Silva, Ruy Schneider e Nivio Ziviani.

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