A Petland — a masterfranquia da rede americana que já tem mais de 300 lojas no Brasil — comprou 50% da Vetsign, uma plataforma de conteúdo para médicos veterinários, e fez um investimento minoritário na A Quinta, uma startup que desenvolve comidas naturais para cães e gatos.
A compra da Vetsign vai impulsionar a vertical de serviços da Petland, que já responde por 25% da receita.
Rodrigo Albuquerque, o CEO da Petland, disse ao Brazil Journal que uma das oportunidades é usar a base de mais de 45 mil veterinários cadastrados na Vetsign para reduzir a ociosidade dos consultórios médicos que ficam dentro das clínicas da rede.
“Num dia útil padrão, essas clínicas fazem uma média de 3 consultas, ficando as outras 5 horas vazias,” disse ele. “Como vamos ter acesso a esses 45 mil veterinários, podemos oferecer para eles o uso desses espaços, preenchendo esses buracos na agenda.”
Segundo ele, além de aumentar a receita do franqueado — que tipicamente fica com 50% do valor da consulta — isso também aumenta as vendas, porque gera prescrições que acabam sendo compradas na própria loja.
Outra oportunidade é monetizar essa base de veterinários, que hoje acessam todos os conteúdos de forma gratuita. A Petland pretende lançar assinaturas pagas — que darão acesso a conteúdos mais aprofundados e outros benefícios — bem como um marketplace de conteúdo onde outros veterinários poderão vender cursos.
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Na A Quinta, que produz comida sem conservantes para pets, a Petland fez um investimento de 10% e fechou um contrato comercial para colocar os produtos da foodtech em todas as suas lojas.
A ração da A Quinta inclui pratos como carne de cordeiro, frango, legumes e até risoto de abóbora ou de shitake.
O grande pulo do gato foi a tecnologia de processamento e a embalagem que a startup desenvolveu, que permite que o produto tenha uma validade de até 12 meses sem a necessidade de ficar refrigerado.
“Alimentação natural é muito desafiador porque você tem um problema de validade: se for fresco o produto dura menos de um mês, se for congelado dura uns 3 meses, mas demanda uma logística complexa e cada loja precisa ter um refrigerador, o que aumenta os custos,” disse Rodrigo. “A Quinta conseguiu resolver tudo isso.”
Como são mais caros que a ração normal e não trazem os custos extras de logística e refrigeração, os produtos da A Quinta vão deixar uma margem suculenta para os franqueados da Petland.
Segundo Rodrigo, enquanto a margem na venda de uma ração tradicional gira em torno de 30%, nos produtos da A Quinta ela será de mais de 45%.
Depois de receber o investimento da Petland, A Quinta vai começar a conversar com investidores para uma rodada de R$ 15-R$ 20 milhões até o primeiro trimestre de 2022.
A própria Petland também está conversando com investidores para uma injeção de capital que acelere seu plano de crescimento.