Dez anos atrás, Fátima Zorzato estava num curso para CEOs cujo tópico central era o chamado ‘wake up call’ — aquele insight que leva algumas pessoas a tomar a decisão de mudar de vida.

11410 fb7db277 a7ab a4d6 3fbf 666cae650ec9A discussão foi um ‘wake up call’ para a própria Fátima, uma veterana do mercado de headhunters que decidiu resgatar um projeto antigo e colocar suas mais de três décadas de experiência num livro.

“Comecei a refletir sobre como as pessoas fazem as escolhas em suas vidas… por que elas tomam determinado caminho e não outro,” ela disse ao Brazil Journal.

As reflexões, conclusões e exemplos da vida real estão em “O que faz a diferença?” (232 páginas, Portfolio Penguin, R$ 59,90), que acaba de chegar às livrarias

Depois de uma extensa pesquisa e centenas de entrevistas, Fátima chegou a três ‘ativadores’ que estimulam essas epifanias pessoais. 

O primeiro é o que Fátima chama de ‘motivador interno’ —  insights que nascem de alguma leitura ou observação pessoal que estimulam uma mudança de atitude. Já os ‘motivadores externos’ vem da influência de pessoas próximas, como pais e professores. O terceiro é a ‘dor’, quando eventos traumáticos como uma demissão ou a morte de alguém da família fazem a pessoa repensar a vida. 

No livro, a teoria é intercalada com exemplos práticos que Fátima colheu em mais de 100 entrevistas com executivos, atletas, políticos, empreendedores e profissionais liberais. 

São 25 histórias de nomes como Rodrigo Galindo, o CEO da Cogna; Paulo Veras, o fundador da 99; Alexandre Behring, da 3G Capital; a bailarina Inês Bogéa; e o capitão do BOPE  Rodrigo Pimentel (autor do livro que deu origem ao filme “Tropa de Elite”). 

O objetivo não é relatar a carreira dessas pessoas, mas “mostrar o que aconteceu para elas escolherem seus caminhos…”, diz Fátima. 

“O que faz a diferença?” não é um livro-padrão de auto ajuda, mas uma obra que busca entender o comportamento do ser humano a fundo. Enquanto Malcolm Gladwell pergunta em ‘Outliers’ o que diferencia as pessoas de sucesso dos outros mortais, Fátima intui que esses mortais também têm algo a ensinar.

A obra é o resultado de quase 10 anos de idas e vindas. O estalo veio em 2011 mas ficou três anos no fundo da gaveta. Depois de deixar a vida corporativa em 2014 e decidir fundar sua empresa, a INWI, Fátima resgatou o projeto. Otimista e ingênua, achou que terminaria tudo em um mês. 

“Eu vejo muita gente infeliz com sua carreira e suas escolhas… ou mesmo pessoas felizes, mas que não olham para as possibilidades, para o que mais elas poderiam fazer.”

Na introdução do livro, Fátima conta como Rodrigo Pimentel decidiu largar o Bope. Para ler, clique aqui.