O empresário Marcelo Lima vendeu sua participação de 18% na Alper (a antiga BR Insurance) para fundos administrados pelo Pátria e Leblon Equities. O block trade aconteceu esta tarde na B3.
A venda acontece cinco dias depois da Restoque — dona das marcas Le Lis Blanc, Dudalina e John John — pedir recuperação extrajudicial para renegociar R$ 1,5 bilhão em dívidas. Lima é o maior acionista da Restoque com 26%.
O leilão do bloco começou a R$ 19,30, tendo o Pátria como o principal comprador, e terminou a R$ 21, depois que a Leblon interferiu nos 30 segundos finais.
Fundada em 2010 como BR Insurance — um IPO arquitetado pela Gulf Invest que levantou recursos para consolidar o mercado de corretagem de seguros — a Alper cresceu com uma agenda intensa de aquisições: foram quase 50 ao longo de dez anos.
Mas a execução fez água, e a ação virou pó.
Hoje, a companhia vale R$ 274 milhões na B3 e vende seguros de saúde, vida, auto e planos corporativos.
Há dois anos, a Alper iniciou um amplo processo de reestruturação — apoiado por Marcelo Lima e pela Brasil Capital, hoje dona de 19% da companhia, e liderado pelo atual CEO Marcos Couto, um veterano da indústria de seguros.
Couto e a Brasil Capital já se conheciam da época em que ele fez o turnaround da Tempo Assist, onde a gestora era acionista.
Agora, a reestruturação da Alper tenta integrar as marcas da empresa, até então separadas em CNPJs diferentes, além de consolidar um mercado ainda pulverizado e dominado por multinacionais como Marsh e Aon, que faturam na casa de R$ 1 bilhão no Brasil cada uma. (A Alper faturou R$ 100 milhões ano passado.)
Em janeiro, a Alper fez um aumento de capital de R$ 80 milhões, bancado em grande parte por Lima, Brasil Capital e pela FIT, o family office dos ex-banqueiros Tom Freitas Valle e Fernando Prado, que hoje tem 13% da empresa.
Aquele aumento de capital saiu a R$ 21, o mesmo preço do lote de hoje.
Depois do leilão, o papel fechou em alta de 14% a R$ 23,95.