O Partners Group, a gestora suíça especializada em investimentos em mercados privados, vai começar a distribuir no Brasil seu flagship: um fundo de private equity com 18 anos de histórico e retorno médio de 10% ao ano em dólares, líquido de taxas.
O Partners Group Global Value é um fundo evergreen, ou seja, sem prazo de saída definido. O fundo tem restrições de liquidez: o cotista pode fazer regastes parciais a cada mês, de acordo com regras específicas.
No exterior, esse tipo de produto tem atraído investidores de varejo e ajudado a manter um fluxo de recursos para os fundos de private equity num momento em que o setor pena para levantar capital.
Para atingir esse público pessoa física no Brasil, o Partners fechou uma parceria com a Gama Investimentos, que montou a estrutura local do fundo e incluiu hedge cambial, e com o Bradesco, que vai distribuir o produto para os clientes do private e de seu recém-lançado segmento de alta renda, o Principal.
O Brasil é um mercado pequeno para o Partners. Dos US$ 174 bilhões de AUM da gestora, apenas US$ 5 bi vêm de investidores da América Latina – a maior parte de países como México, Chile e Peru.
O home bias do brasileiro e os juros altos sempre jogaram contra, mas também faltava uma legislação favorável e um produto adaptado ao mercado local, André Lemos, o executivo do Partners responsável pelo fundraising na América Latina, disse ao Brazil Journal.
As conversas para distribuir o fundo aqui começaram antes da pandemia mas ganharam força com a Resolução 175, de 2023, que permitiu que investidores qualificados possam aplicar em produtos com 100% do patrimônio no exterior.
O fundo local é o Gama Partners Group Global Value BRL FIM IE.
No Brasil, o principal investimento desse fundo global foi a compra do controle da rede Hortifruti Natural da Terra em 2017 e sua venda para a Americanas em 2021.
