Estados Unidos: está indo para o superaquecimento. Crescimento de 2,9% está acima do potencial. O nível de déficit fiscal é inédito para o estágio atual do ciclo (desemprego baixo com déficit alto). Inflação está surgindo. Já é possível ver um reflexo nos salários e nos custos de produção. Tarifas propostas por Trump devem pressionar ainda mais a inflação. Condições financeiras seguem frouxas mesmo com as altas de juros recentes. Todos os episódios de recessão nos EUA aconteceram após altas de juros. Atualmente os juros estão 0,9% abaixo do neutro, ainda tem muito para subir. Balanço do Fed precisa diminuir significativamente. Ou seja, taxa de juros americana vai explodir (títiulo do Tesouro de 10 anos tem probabilidade muito alta de chegar a 4-5-6%). Oportunidade boa de fazer posições tomadas em taxas de juros US. Consequentemente, o Brasil vai sofrer.
Eleição: Totalmente indefinida. Pessoas estão contra tudo e contra todos, e a chance de cairmos num extremo é enorme. As pessoas atribuem a falta de recursos à corrupção e não a um problema estrutural da economia. Populismo vai ganhar apoio muito forte. Qualquer candidato indicado pelo Lula vai sair com grande vantagem. Congresso tem maioria de centro direita, de forma que, se um candidato pró-reformas ganhar, vai ter apoio. O problema é que o Congresso está cada vez mais fragmentado e exige grande capacidade de negociação do Presidente.
A soma do déficit fiscal com o déficit em conta corrente deixa o Brasil em situação vulnerável.
Taxa de câmbio pode chegar a 4,90-5,30. O câmbio está de graça.
Mercado de juros, principalmente pré, também está de graça. Inclinação não está muito alta como todos estão pensando. Falar que tem prêmio na curva brasileira é piada. Em breve o BC vai ter que subir juros para conter a situação.”