A eB Capital – a gestora de private equity de Eduardo Sirotsky Melzer, Pedro Parente, Luciana Antonini Ribeiro e Marcelo Claure – acaba de contratar Guilherme Quintal, um ex-executivo do PIF (o fundo soberano da Arábia Saudita), como sócio e head de global markets.

Guilherme Quintal

Quintal – que começou sua carreira como caixa do ABN Amro e galgou posições no HSBC, em fundos de private equity e na Alvarez & Marsal – volta ao Brasil após cinco anos no PIF em Riad, onde ocupava o cargo de vice-presidente de private equity do fundo saudita. 

O executivo de 36 anos volta ao Brasil com a missão de aproximar ainda mais a eB Capital com o Oriente Médio. A gestora já tem um memorando de entendimento assinado com o Ministério de Investimentos da Arábia Saudita para a aproximação de empresários brasileiros com investidores sauditas.

Segundo Quintal, há um interesse das economias da região – largamente dependentes do petróleo – de diversificar seus investimentos, e o Brasil aparece como um dos principais alvos. 

Mas o executivo diz que os brasileiros ainda precisam entender o modelo de fazer negócios dos árabes.

“Os árabes sempre vão ter uma maior receptividade se o outro lado mostrar efetivamente um interesse de também investir neles. Eles passam a considerar a pessoa como uma amiga e como alguém de confiança,” Quintal disse ao Brazil Journal

Mas segundo ele, esse investimento tem um efeito multiplicador para o parceiro dos árabes: em termos líquidos, o parceiro sempre recebe mais. 

Por isso, uma das primeiras iniciativas de Quintal na eB será organizar um evento entre investidores e empresários brasileiros na Arábia Saudita com famílias sauditas – uma espécie de apresentação entre todos.

O evento deve acontecer em novembro. 

“Você não consegue vender o Brasil para a Arábia Saudita como um one-man show. Tem que ser de maneira coletiva, tem que vender o País,” disse.

Entre os principais interesses dos sauditas – e do Oriente Médio como um todo – estão os setores ligados à transição energética e também ao agronegócio, disse Quintal. 

Ele também vê um potencial na área de tecnologia, especialmente para as fintechs. Quintal vê potencial na criação de joint ventures para levar essas empresas para operar por lá – um modelo similar ao que a Oncoclínicas anunciou recentemente

Quintal disse que o setor de infraestrutura brasileiro ainda deve demorar para receber cheques mais gordos, especialmente porque a Arábia Saudita hoje é um grande canteiro de obras.

“Mas há outros fundos soberanos que, por estarem em economias pequenas e já muito desenvolvidas, podem se interessar por ativos brasileiros,” disse.