A Panvel anunciou ontem à noite que vai desdobrar suas ações, no sinal mais recente de que a maior rede de drogarias do Sul do País está aumentando seu engajamento com o mercado de capitais.
 
Com o desdobramento de 30 para 1, a ação da Panvel, que hoje negocia ao redor de R$ 800, passará a custar cerca de R$ 26, aumentando a liquidez e o acesso dos investidores de varejo.
 
A decisão — que atende uma demanda histórica dos acionistas minoritários — vem menos de um mês depois da companhia fortalecer sua área de relações com investidores ao contratar Rodrigo Krause, que já chefiou a área de RI da Gerdau e passou pela Helbor e Multiplan.
 
Logo antes do Carnaval, pela primeira vez em muitos anos o management da Panvel participou de uma conferência de investimentos: o CFO Antonio Napp (que também é o DRI da companhia) e o conselheiro Roberto Weber (que representa uma das três famílias controladoras) participaram da BTG CEO Conference.
 
Nas reuniões com investidores, a companhia disse que mapeou pontos para 500 novas lojas nos próximos cinco anos, sendo 470 na região sul (um terço em cada estado), uma estratégia que bloquearia a entrada da Raia Drogasil na região.  Este plano de expansão significaria dobrar de tamanho.  A Panvel tinha 434 lojas ao final de setembro, o último trimestre reportado, e deve ter terminado o ano em cerca de 450.
 
A Panvel reporta seu quartro trimestre em 26 de março.
 
A ação negocia a 33x o lucro estimado para 2020, um desconto de 40% em relação à Raia Drogasil, hoje o único papel líquido do setor.
 
Investidores estimam que a Panvel vai lucrar R$ 110 milhões este ano sobre um faturamento bruto de R$ 3,5 bilhões. 
 
Em setembro do ano passado, a Kinea Investimentos comprou 10% da Panvel — um bloco de ações que estava nas mãos da IP Capital Partners há 19 anos.
 
Outros eventos podem aumentar a liquidez do papel no curto ou médio prazo.  Quando a Panvel renegociou seu acordo de acionistas, em novembro do ano passado, a família Pizzato — que controla a companhia junto aos Mottin e os Weber —ficou livre para vender suas ações.
 
Agora, o sonho dos acionistas minoritários é que a Panvel unifique suas classes de ações — hoje são cerca de 10 ONs para cada PN — e que os Pizzato vendam sua participação num re-IPO da empresa.  
 
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