A Pague Menos contratou bancos para uma oferta de ações de R$ 250 milhões — com o objetivo de aumentar a liquidez do papel, uma das principais críticas de investidores.
A oferta teria um componente primário e um secundário, dando saída parcial à General Atlantic, que tem 16,9% do capital da empresa hoje.
Uma fonte envolvida na operação disse ao Brazil Journal que metade da oferta deve ser primária e metade secundária. Com a GA vendendo R$ 125 milhões, ela ainda ficaria com cerca de 10% do capital da Pague Menos.
Já a família Queirós, que hoje tem 70% do capital, seria diluída para cerca de 65% por conta da oferta primária.
A General Atlantic pagou R$ 600 milhões por 17% da Pague Menos no final de 2015. De lá para cá, a gestora não vendeu nenhuma ação e acompanhou o aumento de capital que a companhia fez em 2023, depois da aquisição da Extrafarma.
Segundo a fonte, a parcela primária da oferta seria usada para acelerar o processo de desalavancagem da companhia, que está em curso desde a aquisição da Extrafarma. A Pague Menos fechou o segundo tri com uma alavancagem de 2,6x EBITDA.
A oferta vem num momento em que a Pague Menos tem entregado melhorias operacionais relevantes, com resultados que vem batendo o consenso há seis trimestres consecutivos. O avanço nos números, no entanto, não tem se refletido no preço da ação — em grande parte por conta da baixa liquidez do papel.
O free float da Pague Menos é de apenas 12%, com a ação negociando cerca de R$ 3 milhões por dia nos últimos quatro meses — um volume que impede que fundos maiores montem posição na companhia.
Com a oferta, o float poderia superar os 20%, e a expectativa dos bancos é que a liquidez dobre já no curto prazo. “Com a liquidez indo para R$ 6 milhões, alguns fundos de small caps já poderiam investir na empresa, mas para fundos grandes e internacionais entrarem a liquidez ainda teria que aumentar mais,” disse a fonte.
A Pague Menos contratou o Itaú BBA, BTG Pactual, Bradesco BBI e XP para assessorar a operação.
A companhia começou hoje conversas iniciais com potenciais investidores, o chamado ‘pilot fishing’.
O lançamento da oferta ainda vai depender dessas conversas iniciais e da performance da ação nos próximos dias — já que uma queda mais brusca poderia fazer a família Queiroz e a GA desistirem da operação.