A Oncoclínicas lançou um follow-on de 70 milhões de ações, com a Goldman vendendo 50 milhões de ações e a companhia levantando recursos com a venda de 20 milhões de novas ações.
A oferta-base vai movimentar o equivalente a R$ 734 milhões no preço de tela – marcando o início de uma saída faseada da Goldman – e pode ser aumentada em mais 17,5 milhões de ações caso o hot issue seja exercido, elevando o total para R$ 918 milhões.
Na oferta-base, a tranche primária levantaria R$ 210 milhões para a companhia, assumindo o preço de tela de sexta-feira de R$ 10,49. A Oncoclínicas pretende usar esses recursos para fazer frente a seu capex de forma a manter sua alavancagem em xeque.
Num relatório na semana passada, o JP Morgan estimou que a companhia precisaria de R$ 750 milhões em refinanciamentos ou novas linhas de crédito até o final do ano para manter um bom nível de liquidez.
Depois de um ciclo de alto capex, que incluiu diversos M&As e investimentos em expansão, a alavancagem da Oncoclínicas fechou o primeiro tri em 3x o EBITDA — 0,7 ponto percentual acima do primeiro tri do ano passado.
Já a tranche secundária permitirá que a Goldman comece a monetizar seu investimento na companhia, onde entrou pela primeira vez em 2015.
Se apenas a oferta-base for colocada, a Goldman reduzirá sua participação de 60,6% para 48,8%. Se o hot issue for exercido, a fatia cairá mais, para 45,5%.
Apesar de ter pressionado as ações da Oncoclínicas nos últimos dias — depois das primeiras notícias sobre a oferta — a transação deve aumentar a liquidez do papel, que hoje negocia pouco mais de R$ 10 milhões por dia.
Hoje o free float da companhia é de 145 milhões de ações, ou R$ 1,4 bi. Se a oferta sair na totalidade, o free float aumentará em mais de 60%, tornando o papel mais atrativo para grandes fundos.
Uma fonte a par do assunto disse ao Brazil Journal que a Goldman limitou o montante do hot issue porque considera que a ação está barata nos níveis atuais e não queria reduzir a participação do bloco de controle (que inclui também o fundador e CEO Bruno Ferrari) para menos de 50% das ações.
O fundador hoje tem 3,6% do capital, sem contar as stock options que possui como executivo.
O roadshow começa segunda-feira, com o pricing marcado para o dia 20.
Após a oferta, tanto a Goldman quanto Ferrari terão um lockup de 90 dias.
Os coordenadores são a Goldman Sachs (líder), Itaú BBA (co-líder), XP, BTG Pactual, Santander e JP Morgan.