Ainda que sua posição de 30% do capital da Alliar tenha sido montada da noite pro dia, não era de hoje que Nelson Tanure estava de olho na rede de medicina diagnóstica.  
 
“Minha filha Isabella é médica e já tinha investimentos na área”, o empresário disse ao Brazil Journal. “Vemos na Alliar uma marca subavaliada, com relevância nacional e imenso potencial de se igualar às duas maiores do mercado.”
 
10236 0379bd33 8e69 0000 000e 2c8eb4672b61O empresário começou a comprar as primeiras ações no primeiro semestre e ficou esperando o momento certo para aumentar sua participação. 
 
Mas na segunda-feira, a Rede D’Or atravessou seu caminho, anunciando uma oferta não-solicitada pela Alliar.  
 
Tanure teve que acelerar o negócio.  Procurou o Pátria, o maior acionista da empresa, e fecharam um acordo em 24 horas. O negócio foi assessorado pelo Banco Master.
 
Por meio de diversos veículos — incluindo o FIP Fonte de Saúde — Tanure comprou toda a participação do Pátria e fez compras a mercado que totalizam um stake de cerca de 30%, segundo pessoas a par das posições.  O empresário não quis dizer a participação exata.
 
Tanure disse que vê a Alliar como “um negócio de longo prazo” e que a empresa vai investir muito em inovação tecnológica.
 
“Temos que preparar a Alliar para o 5G e para a conectividade e fazer destes dois elementos de tecnologia um grande instrumento de suporte à saúde.  Vai ser cada vez mais comum um médico baseado em São Paulo fazer uma cirurgia no Amazonas usando telemedicina.”
 
Agora o maior acionista da empresa, Tanure disse que vai manter o management atual.
 
Isabella, a filha do empresário, tem especialização em medicina diagnóstica e gestão hospitalar e é sócia da Clínica Fonte Imagem, no Rio. “Queremos que a Alliar se torne ainda maior, com foco em inovação e tecnologia, ampliando sua capilaridade pelo país”, ela disse.
 
A Alliar tem 105 laboratórios em 10 estados. 
 
Este é o quarto grande investimento de Tanure nos últimos anos. No início do mês, ele fechou a compra da Copel Telecom por R$ 2,5 bilhões. Ano passado, pagou R$ 130 milhões e assumiu uma dívida de R$ 600 milhões para ficar com a Sercomtel, de Londrina. Tanure também tem uma posição relevante na Gafisa montada desde 2019.