A Aliansce Shopping Centers está prestes a comprar uma participação minoritária no Shopping Leblon que hoje pertence a Renato Rique, o fundador, CEO e grande acionista da Aliansce.Renato Rique

Um veterano empresário do setor, Rique é dono de 35% do Shopping Leblon, e está vendendo 71% desta posição (25% do shopping).

Comparando com transações anteriores em ativos semelhantes, o valor do Leblon é de pelo menos R$ 1,2 bilhão.

Há um detalhe que aumenta a atratividade do ativo. A compra da participação de Rique deve requerer da Aliansce um desembolso de caixa menor do que o esperado, pois vem atrelada a um financiamento de longo prazo vinculado à TJLP.

Por uma questão de governança — já que Rique é uma parte relacionada — o assunto está sendo definido por comitê independente do conselho de administração, que recomendará ou não a compra.

Se decidir ir adiante, a Aliansce deve anunciar conjuntamente a compra e um aumento de capital de cerca de R$500 milhões para financiar a aquisição e fortalecer seu caixa para outras oportunidades, num momento em que o mercado espera consolidação no setor.

A possibilidade de um aumento de capital foi antecipada ontem à noite pela repórter Adriana Mattos, do Valor Econômico, e confirmada pela Aliansce em Fato Relevante esta manhã.

De acordo com uma pessoa próxima às negociações, Rique pretende usar pelo menos parte dos recursos da venda para acompanhar o provável aumento de capital.

Inaugurado em dezembro de 2006, o Shopping Leblon é o único shopping center de Rique que não é parte do portfólio da Aliansce, que apenas administra o shopping. Voltado para o público A/B, o Leblon tem uma área bruta locável de 23.200 metros quadrados e recebe cerca de 750.000 consumidores por mês.

No início do ano, Rique havia sido abordado a respeito de sua participação no Leblon por dois investidores, incluindo a Multiplan, dona do maior portfólio de shoppings para o público A/B do País. Para evitar conflitos, ofereceu o negócio à Aliansce, segundo uma fonte da empresa.

Outros 35% do Shopping Leblon estão nas mãos da General Growth Properties (acionista da Aliansce que está vendendo sua participação na empresa) e os 30% restantes pertencem à Construtora Santa Isabel, que construiu o shopping.