Em 2017, o Brasil registrou o pico histórico de 29 crimes violentos por cem mil habitantes — e cerca de 14% de todos os assassinatos no mundo foram praticados em nosso País.

Naquele contexto de violência generalizada, Goiás assumia uma posição nada honrosa. Nossa taxa de crimes violentos era maior que a média nacional, batendo 44 crimes por cem mil habitantes em 2016 – uma taxa comparável à de Honduras, um dos países mais violentos do mundo na época.

Seis municípios goianos estavam entre os 100 mais violentos do Brasil, e mais de 40 veículos eram roubados por dia no Estado. Todo mês, cerca de duas instituições financeiras eram assaltadas, e havia um clima de insegurança generalizada nas cidades.

A situação demandava medidas enérgicas e, porque tivemos coragem de tomá-las, hoje colhemos uma queda expressiva da criminalidade em Goiás. 

Pela primeira vez em nossa história recente, o Estado passou a ter uma taxa de crimes violentos abaixo da média nacional. O número de homicídios caiu mais de 51% entre 2018 e 2023, e praticamente todos os indicadores de criminalidade apresentaram quedas acentuadas no período.

 O roubo de veículos caiu 93%, a maior queda entre todos os Estados. O roubo de cargas desabou 92%, um ritmo de redução 11 vezes superior ao dos demais Estados. Atualmente, nenhum município goiano figura entre os 100 mais violentos do Brasil. Desde 2018, quando assumimos o governo, não houve um único roubo a banco, tampouco sequestro, novo cangaço ou invasão de terras.

Começamos as ações de segurança pelo controle das penitenciárias e o isolamento dos líderes de facções criminosas. O combate ao crime requer uma polícia preparada e motivada. 

Agimos em quatro dimensões: a valorização profissional, a melhoria da infraestrutura de segurança, o estímulo à inteligência policial e, principalmente, o comprometimento da nossa gestão e do governador com o combate ao crime.

O exemplo vem de cima. Parabenizo pessoalmente os comandantes de operações exitosas, e sou muito rígido em relação à postura da corporação. Estimulamos a integração das polícias e contamos com uma frota de viaturas modernas e em constante ampliação. Goiás investiu quase R$ 17 bilhões em segurança pública entre 2019 e 2023. Praticamente todo o recurso oriundo do tesouro estadual. O fundo federal de segurança pública representou menos de 1% do valor investido.

Além dos valores intangíveis associados à preservação da vida e da ordem pública, há uma série de impactos econômicos relevantes associados a um ambiente onde as pessoas têm paz – e o direito de ir e vir.

Nosso estudo sobre o ‘custo Brasil’ em Goiás mostra que as medidas de segurança pública foram responsáveis por uma economia no setor privado da ordem de R$ 3,4 bilhões entre 2019 e 2022. 

Ou seja, dinheiro que era usado para a contratação de segurança privada, blindagem de carros e outros artefatos – necessários quando havia omissão do Poder Público – foi devolvido à sociedade, convertido em investimento, consumo e renda.

Hoje Goiás é o único Estado do Brasil a ter um custo econômico da violência igual ao observado na média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

A gigante chinesa WeiChai deixou o México para se instalar em Goiás por causa da segurança. Uma indústria de utensílios domésticos saiu do Rio de Janeiro e se instalou aqui pela mesma razão. Estavam cansados de serem achacados pelas facções.

Este diferencial passou a ser decisivo nas conversas com investidores. Chegamos às reuniões prontos para mostrar os incentivos fiscais que o estado oferece, mas o que hoje guia a escolha é a segurança pública que Goiás oferece.

Hoje só dois negócios não prosperam aqui: segurança privada e blindagem de carros. No estado mais seguro do Brasil, bandido não se cria, e a economia avança.

Ronaldo Caiado é Governador de Goiás.