A MRV Engenharia vai lançar um follow-on que deve girar entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão e será 100% primário, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
A incorporadora contratou o BTG Pactual (líder), Itaú BBA e o Bradesco BBI. A oferta deve ser lançada na segunda quinzena deste mês, segundo uma das fontes.
O Valor havia reportado mais cedo a contratação dos três bancos.
A MRV vai usar os recursos para fortalecer sua estrutura de capital para ter mais flexibilidade para investir no programa Minha Casa, Minha Vida, que é uma das principais bandeiras do Governo Lula 3.
Recentemente, o Governo aumentou o teto de financiamento por imóvel de R$ 264 mil para R$ 350 mil na faixa 3 do MCMV, e tem estudado aumentar também o teto de renda para ter acesso ao programa, para até R$ 12 mil.
As duas medidas animaram as incorporadoras, já que ampliam de forma relevante o mercado endereçável do programa.
“A MRV teve uma melhora operacional importante, fez uma venda recente da Resia [por R$ 370 milhões] e agora vai ter esse dinheiro novo da oferta. Isso tudo vai aumentar muito a musculatura da empresa e dar uma flexibilidade financeira para ela continuar crescendo,” disse uma fonte.
A oferta vem num momento em que a MRV está com uma alavancagem elevada. A companhia dos Menin fechou o primeiro trimestre com uma alavancagem (medida pela relação dívida líquida/PL) de 72,3%, uma das mais altas do setor.
Para efeito de comparação, a Direcional Engenharia tem uma alavancagem de 19,3% e a Tenda de 67%.
A MRV não é a única que quer fortalecer seu balanço para surfar o MCMV. Na semana passada, a Direcional levantou R$ 430 milhões num follow-on concorrido, exatamente com o mesmo objetivo.
A ação da MRV cai 2,5% com a notícia, com a empresa valendo R$ 5,4 bilhões na B3.