Os bancos que estão organizando o complexo, controverso e contestado aumento de capital da Oi vão receber R$154 milhões em comissões pelo seu trabalho.
A informação consta do prospecto preliminar da oferta, que se tornou público ontem. Quatorze bancos vão dividir o checão.
Com o mercado de IPOs congelado, há muito tempo que os banqueiros que ganham a vida com ofertas de ações não vêem tanto dinheiro.
Os investidores notam que, ao contrário do que acontece nos IPOs, não existe, na estrutura das comissões da oferta da Oi, um incentivo específico para que os bancos coloquem as ações a um preço mais alto — a não ser o limite máximo de ações que a companhia aceita emitir. Isso explica, em parte, a implosão do preço da ação nos últimos dias.
Como se sabe, a Portugal Telecom está entrando no aumento de capital da Oi com ativos avaliados em R$5,7 bi. Além disso, a Oi precisa levantar, em caixa, mais R$8 bi, sendo que um fundo administrado pelo BTG já se comprometeu a comprar R$2 bi em ações. Considerando apenas a parte “caixa” da operação, a comissão efetiva dos bancos é da ordem de 2,56%. Como se diz na Faria Lima: “Not bad at all…”
Os bancos mais afortunados, que devem ficar com a maior fatia das comissões, são os coordenadores-líderes da operação: BTG Pactual, Bank of America-Merrill Lynch, Barclays, Citigroup, Credit Suisse, Banco Espirito Santo e HSBC.
Por enquanto, só ficaram a ver navios os acionistas minoritários da Oi, que contestam na CVM vários pontos da operação, alegando abuso do poder de controle, uma diluição injustificada e benefícios particulares para os controladores.