O Citi anunciou que vai encerrar suas operações de varejo e de atendimento a pequenas e médias empresas no México, o país onde hoje tem a sua maior rede de agências.
O formato de saída do país ainda não está definido – pode ser através da venda do Citibanamex para outro player ou alguma alternativa que inclua o mercado de capitais.
A decisão está alinhada com a estratégia da CEO Jane Fraser de simplificar a estrutura do banco e focar em negócios mais lucrativos e que se beneficiam do network global do Citi, como a gestão de fortunas, o corporate e o investment banking. (O Citi manterá essas operações no México.)
Logo que assumiu o comando em março passado, Fraser logo anunciou o fim de algumas operações de varejo na Ásia, Europa e Oriente Médio.
No total, o Citi deixou de atender o varejo em 13 países (Austrália, Bahrein, China, Índia, Indonésia, Coreia do Sul, Malásia, Filipinas, Polônia, Rússia, Taiwan, Tailândia e Vietnã).
No Brasil, o banco saiu desse negócio em 2016, quando vendeu a sua operação para o Itaú.
Agora, o Citi terá o braço de varejo apenas nos EUA, Cingapura, Hong Kong, Emirados Árabes e Londres.
A operação de varejo no México teve receita de US$ 3,5 bilhões nos primeiros nove meses de 2021, o equivalente a 6% da receita total do Citi no período.
A compra do antigo Banamex em 2001 foi um marco: o Citi – comandado na época pelo lendário Sandy Weill e Bob Rubin, o ex-secretário do Tesouro americano – pagou US$ 12,5 bilhões e passou a ser o único grande banco dos EUA com presença considerável no México.
Foi a maior aquisição na América Latina feita por uma empresa dos EUA.
Anos depois, o Banamex sofreu acusações de fraude, e em 2016 foi rebatizado de Citibanamex. Fraser, que chefiava a divisão latino-americana do Citi, participou da equipe que teve de ‘consertar’ o banco depois do escândalo.
O Citi opera no México desde 1929, e sempre foi o banco favorito da elite mexicana. Quando o México nacionalizou os bancos em 1982 – incluindo o Banamex – o governo permitiu que o Citi continuasse no país mesmo depois de expulsar os outros bancos estrangeiros.
No final dos anos 80, o Citi sofreu perdas bilionárias com o grande default da América Latina.