A XP está comprando uma participação minoritária no Grupo Suno, a casa de research fundada por Tiago Reis em 2016.
O negócio inclui a compra da participação de atuais acionistas e prevê a injeção de recursos para a expansão da Suno. Os valores não foram divulgados.
A Suno é mais conhecida pela sua área de pesquisa sobre ações, que deu início ao negócio. Mas nos últimos anos, vem se transformando em um ecossistema de produtos que já conta com um portal de notícias, sites de dados – o Fiis.com.br e o FundsExplorer.com.br – um gerenciador de investimentos – o Status Invest – e uma gestora, a Suno Asset.
“Estamos crescendo em outras áreas e enxergamos muita sinergia com a XP. Acreditamos que a parceria poderá ajudar nessa expansão também pela capilaridade da XP e sua capacidade de distribuição,” Tiago disse ao Brazil Journal.
Dentre as empresas de research de maior porte, a Suno era a única que ainda não havia se associado a um grupo financeiro.
No ano passado, a Eleven Financial foi comprada pelo Modal, e o BTG comprou o controle da Empiricus.
“Nós buscamos um parceiro que respeitasse nossa independência, agregasse pessoas que pudessem potencializar a Suno e tivesse um caráter empreendedor e expansionista,” disse o fundador.
A ideia da criação da Suno nasceu quando Tiago publicava conteúdo para investidores na Infomoney, que pertence à XP.
Karel Luketic, o sócio da XP que lidera os conteúdos digitais da companhia, disse que a Suno está crescendo em impacto e abrangência, tem uma visão alinhada à da XP e representa a oportunidade de um investimento estratégico.
“Teremos uma participação minoritária, porém relevante o suficiente para que a gente possa ajudar a Suno com capital e troca de conhecimento,” disse Karel.
A XP terá assentos no conselho da Suno e participação na tomada de decisões que envolvam grandes movimentos, como M&As ou planos de expansão. Mas a Suno manterá a independência na gestão do dia a dia.
No fechamento da transação, 20 executivos da Suno, ou 10% dos funcionários da empresa, passarão a ser sócios de uma holding, num modelo de partnership. Alguns sócios minoritários deixaram o grupo.
Esse não é o primeiro investimento feito pela XP em empresas que têm como core a produção de análises. Em julho passado, a XP investiu na OHM Research e, em agosto, ficou com uma fatia da Levante. As conversas com a Suno já se estendiam há quase nove meses.
Segundo Karel, cada uma dessas casas tem seu ângulo próprio. A OHM tinha um ano de vida quando recebeu o investimento da XP e era praticamente uma startup focada no conteúdo global, que faz sentido por conta do interesse em fundos globais e toda a agenda de ETFs e BDRs. Já a Levante tem uma proposta similar à da Suno, mas em escala bem menor, e é 100% focada em análise.
A XP também é sócia da Spiti, mais conhecida pela análise de fundos, e tem a sua área de análise própria. Nos últimos anos, a corretora também vem fazendo investimentos minoritários em gestoras de recursos.
A Suno tem hoje 100 mil assinantes e a receita dobra a cada ano desde a criação da empresa, disse Tiago.
Somando todas as suas plataformas, a empresa tem cerca de 150 mil clientes, uma audiência de mais de 12 milhões de pessoas e 6 milhões de seguidores em redes sociais.
A Suno Asset e a Suno Wealth, criadas há um ano, têm R$ 800 milhões sob gestão e advisory.