A Goldman Sachs mudou sua recomendação para a Hapvida de ‘neutro’ para ‘compra’ agora à noite — dizendo que a operadora de saúde tem entregado “consistência operacional” com melhora na sinistralidade e na alavancagem.
O banco era o único que ainda tinha uma recomendação ‘neutra’ na companhia. Agora, os 11 analistas da cobertura indicam compra.
A Goldman elevou seu preço-alvo para a ação de R$ 4,90 para R$ 5,70, um upside potencial de 27% em relação ao preço de tela.
O analista Gustavo Miele disse que a Hapvida já vinha mostrando sinais positivos de melhora na sinistralidade, mas que o resultado do primeiro tri foi o primeiro do passado recente a mostrar uma combinação de tendências positivas na rentabilidade, nas adições líquidas de beneficiários e na geração de caixa.
“Conforme a companhia continue a mostrar uma execução de sucesso em sua estratégia de turnaround, acreditamos que os investidores vão gradualmente focar nas vantagens competitivas de médio prazo em vez do momentum de curto prazo dos lucros, o que deve reduzir a volatilidade do papel,” escreveu o analista.
Miele disse acreditar também numa competição mais racional no setor dado o cenário ainda desafiador das fontes pagadoras, o que deve levar a um crescimento melhor que o esperado nos beneficiários na Hapvida.
“Com a melhora operacional pode haver espaço para um re-rating dos múltiplos da Hapvida, que negocia hoje a 12,7x seu lucro estimado para o ano que vem,” disse a Goldman.
A ação da Hapvida sobe 21% nos últimos 12 meses, mas ainda negocia longe de seu high histórico de fevereiro de 2021, quando a empresa chegou a negociar a R$ 17,93.
Hoje, o papel caiu 1,9%. O relatório da Goldman foi publicado depois que o pregão já havia fechado.
Com a mudança de tendências, a Goldman fez alguns ajustes em seu modelo.
Agora, o banco espera que a operadora entregue uma sinistralidade de 68,1% em 2025, em comparação a sua estimativa anterior de 68,3%.
Essa leve melhora, somada a uma visão mais otimista em relação à diluição das despesas, levou a Goldman a melhorar também sua projeção para a margem EBITDA de 2025, que foi de 14,5% para 14,9%.
O banco também elevou sua projeção para o lucro líquido em 8% para R$ 2,1 bilhões. A melhora do lucro será “impulsionada também por resultados financeiros fortes por conta da desalavancagem da companhia, que virá de um cenário melhor para o capital de giro.”