Não é só a maior parte da imprensa americana que está contra Donald Trump.

O algoritmo do Google, também. 

Pelo menos é o que diz o próprio presidente dos Estados Unidos, que acusou hoje a gigante de tecnologia de manipular os resultados de buscas que envolvem seu nome e mostrar apenas as matérias negativas sobre ele e o seu governo. Veja o tweet abaixo:

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Não parou por aí. No tweet seguinte, Trump disparou dados – aparentemente tirados do blog conservador PJMedia – para comprovar o “perigo” da suposta manipulação. 

“96% dos resultados em ‘Trump News’ são da mídia de centro-esquerda, é muito perigoso. O Google e outros estão suprimindo as vozes dos conservadores e escondendo informações e notícias que são boas. Eles estão controlando o que podemos e não podemos ver. Isso é uma situação bastante séria – e será resolvida!”, ameaçou.

O Google refutou as acusações de imediato. “A busca não é usada para definir uma agenda política e não distorcemos nossos resultados para qualquer ideologia política”, disse a empresa. As declarações de Trump afetaram a ação da Alphabet, controladora do Google, que fechou o dia em queda de 0,83%, frente a um índice Nasdaq quase estável.

As acusações de Trump têm um timing curioso.

Na semana que vem, representantes do Google, Facebook e Twitter vão testemunhar perante o Congresso sobre questões como censura e interferência eleitoral. É a segunda vez que as gigantes de tecnologia vão ao Capitólio discutir o assunto – para o Facebook, será a terceira.

As críticas de Trump ao Google levantam a pergunta: será que a Casa Branca tentará regular a atuação dessas empresas? Hoje, questionado por jornalistas sobre o tema, Larry Kudlow, diretor do Conselho Econômico Nacional, deu uma dica: “Estamos olhando isso.”