TRANCOSO, Bahia – No famoso Quadrado que demarca o centro dessa vila charmosa, a poucos passos da igreja de São João Batista (aqui desde 1586), uma casa reformada é a mais nova ferramenta de marketing da Zara.
Com arquitetura colonial, paredes caiadas, um salão decorado com móveis de Sérgio Rodrigues e obras de artistas locais, a Zara acaba de abrir sua primeira pop-up store no Hemisfério Sul.
A mensagem: a marca que nasceu em A Coruña, na Espanha, e que tem 45 lojas no País, quer mostrar que é brasileira também.

A loja-conceito será o endereço da marca durante todo o verão, colando a Zara ao lifestyle desta antiga vila de pescadores adotada pelo jet set brasileiro – e que se transformou numa referência do luxo descolado ou informal.
Como em muitas pop-up stores, o foco aqui não são as vendas, e sim a conexão com os apaixonado$ pela marca e o sul da Bahia.
Essa será a pop-up mais longeva da empresa, com duração de dois meses, diferentemente dos demais projetos cuja duração não costuma ultrapassar uma semana.
O projeto da pop-up foi assinado pelo estúdio de arquitetura e design in house da Zara. Parte do time espanhol fez uma incursão de uma semana na Bahia para entender o clima local e traduzir o tom de brasilidade do projeto, sem clichês de frutas tropicais ou cores ultra vibrantes.
O desafio do grupo era levar para o interior da loja essa ideia de brasilidade, adaptada à realidade da cidade, algo entre o praiano e o quiet luxury.
Para a flagship temporária, a Zara escalou o ilustrador Filipe Jardim, um ilustrador de livros que trafega bem pelo mundo da moda e assina a coleção de roupas e os itens de decoração.
Lá se vão 25 anos, Jardim fez o primeiro trabalho de ilustração para o encarte de viagens da Louis Vuitton, e desde então assina projetos com as principais maisons do mundo, como Hermès, Chanel, além de marcas nacionais como Fasano, Natura e Le Lis Blanc, por exemplo.
A parceria com a Zara marca também a estreia do ilustrador no universo do fast fashion. “Eu entrei nesse mundo do luxo pelo universo da viagem, mas com o avanço das marcas e do prêt-à-porter nos anos 2000, acabei chegando à moda,” Jardim disse ao Brazil Journal.
O “Trancoso Core” foi traduzido por ele em roupas de tecido natural, pequenas ilustrações inspiradas nas casinhas tradicionais e uma paleta de tons sóbrios, acompanhada de toques de cor nos desenhos inspirados na arquitetura, na flora e na costa do sul da Bahia.
A Inditex, que controla a Zara, anunciou em julho que o Brasil está em seu plano de expansão de marcas e receberá a primeira unidade da Massimo Dutti.
A Zara chegou em 1999 ao Brasil, onde, além das 45 lojas que vendem moda, ela tem também nove lojas da Zara Home.






