Ao longo dos últimos anos, Jason Calacanis – um VC de São Francisco – desenvolveu um ‘hobby’ inusitado: dia sim, outro também, Calacanis vai ao Twitter para atacar Scott Galloway, o celebrado professor de marketing da NYU e uma das vozes mais influentes quando o assunto é Big Tech.

A inimizade — que começou como uma divergência de opiniões — se tornou praticamente uma obsessão, ganhando contornos assustadores.

10808 5653d0f9 dc33 2b48 92ea f9a6b4ee8695Calacanis publicou para seus quase 500 mil seguidores pelo menos 156 tweets que faziam bullying com o Prof G (como ele chama Galloway em suas publicações), segundo a designer e ex-funcionária de Galloway, Maria Petrovini, que escreveu um artigo sobre a ‘atração fatal’ de Jason no Medium. Os 156 tweets incluem apenas aqueles em que Jason marcou Galloway; a autora estima que isso seja apenas metade do total.

O hater profissional chegou a fazer até uma montagem que mostra Galloway com uma barriga e uma genitália gigantes.

Ao contrário do que seu comportamento pode sugerir, Calacanis não é um adolescente de 15 anos. Ele já passou dos 50, tem mais de US$ 100 milhões na conta e já fundou e vendeu algumas empresas ao longo de sua carreira, incluindo a Weblog, uma das primeiras startups de sucesso do início da internet.

Os tweets de Calacanis vão desde críticas a posicionamentos de Galloway até pequenas provocações sem sentido.

“Acabo de descobrir que o Prof G tirou US$ 30 milhões de alguns VCs idiotas que estão financiando ele para ensinar às pessoas COMO FAZER NEGÓCIOS,” Calacanis tuitou assim mesmo, em letras garrafais. “NÃO DEIXEM SUAS CRIANÇAS PERTO DESSE HOMEM.”

Para entender a origem do ódio, Petrovini ‘followed the money’.

A broderagem reversa entre Calacanis e Galloway parece ter origem nas críticas (muitas vezes duras) que o professor fez a algumas empresas do portfólio do investidor – incluindo o Uber, a corretora Robinhood e a startup Calm.

Galloway já chamou o valuation do Uber de “insano” e disse que a empresa “exibe alguns dos aspectos mais perturbadores das Big Tech.”

Sobre a Calm, um app que ajuda as pessoas a relaxar, o professor disse que ela é “uma dessas companhias que quando o funding e o capital barato acabarem, ela não vai ficar tão calma assim.”

Mas as maiores críticas foram direcionadas à Robinhood, que ele chamou de “um bando de mentirosos” antes de sentenciar:

“A missão da companhia de ‘democratizar as finanças para todos’ é o mesmo que Pablo Escobar dizer que sua missão é ‘democratizar a cocaína.’”