Toda vez que você compra no Alibaba, assina o Spotify ou aluga um apê no Airbnb, o EBANX participa da experiência — e fatura.
Agora, essa startup de Curitiba acaba de ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão.
A rodada — feita pelo fundo americano FTV Capital — é a segunda da fintech e sublinha o crescimento meteórico do EBANX, que desde a última captação, em janeiro do ano passado, multiplicou seu valuation por mais de 6x.
Na época, a startup levantou US$ 30 milhões (também com o FTV) e foi avaliada em US$ 150 mi.
Fundado em 2012, o EBANX processa os pagamentos de compras internacionais (cross-border) para mais de mil empresas e gera caixa desde os primeiros anos de operação.
Os recursos da capitalização vão acelerar o crescimento, aumentando a força da empresa na América Latina — onde já está em oito países — e em regiões onde a competição é brutal.
“Estamos montando times comerciais, de marketing e operações na China, na Europa e nos Estados Unidos,” disse João Del Valle, um dos fundadores e COO da empresa. “É uma expansão comercial agressiva e global, e por isso precisamos de muito esforço e de investimentos. Queremos montar uma marca forte no exterior que consiga competir com os players globais.”
Em três anos, o EBANX quer que 50% dos pagamentos processados por ele venham de fora do Brasil. Hoje, a fatia é de apenas 15%.
Outro plano: expandir o EBANX Pay, o serviço de pagamentos locais criado no ano passado para processar as vendas de empresas brasileiras e que ainda responde por menos de 5% da receita. A fintech já atende clientes como o clube de futebol Atlético Paranaense e o Uber, uma parceria fechada há duas semanas.
No ano que vem, a startup planeja lançar o serviço de pagamentos locais na Colômbia.
Fundado por Del Valle, Alphonse Voigt e Wagner Ruiz, o EBANX nasceu da experiência dos três com o mercado de pagamentos.
Eles trabalhavam na área mas em setores complementares — João é o cara de TI, Alphonse, o de business, e Wagner, o financeiro — e perceberam uma oportunidade na demanda crescente das empresas internacionais por uma solução que permitisse receber pagamentos no Brasil.
“Os chineses, por exemplo, queriam receber em boleto no Brasil, mas pra isso tinham que vir pra cá e abrir uma CNPJ,” lembra o fundador. “Criamos uma solução plug and play que é extremamente simples de usar: o cliente faz o contrato com a gente, integra o API e pronto, já está recebendo o boleto. Depois pagamos na conta bancária no país dele, seja na China, Europa ou em qualquer lugar do mundo.”
Antes do EBANX, a única opção para esse tipo de compra era o cartão de crédito internacional — o que limitava o público potencial e inibia o crescimento do mercado.
Desbravando um nicho praticamente virgem no Brasil, o EBANX cresceu num ritmo impressionante. Em seis anos, a fintech chegou num TPV (total payments volume) de mais de US$ 1,5 bilhão. Este ano, deve fechar com um volume de US$ 2 bilhões e espera crescer mais 40% em 2020.
Além de empresas estrangeiras como Airbnb e AliExpress, parte do faturamento do EBANX vem de companhias brasileiras, como a Hotmart e o Resultados Digitais, que contratam a plataforma para receber pagamentos no exterior.