Numa live que completa um mês hoje, o diretor de Privatização do BNDES, Leonardo Cabral, disse que o banco estava avaliando a venda de sua participação de 23% na JBS “nos próximos meses.”
Foi o suficiente para a ação cair de R$ 35 para R$ 30.
O overhang continua pesando sobre o papel, mas de lá pra cá nada aconteceu.
O sindicato de bancos — Bradesco, BTG, Bank of America, Itaú BBA e UBS BB — está montado desde novembro de 2019, quando o papel estava abaixo de 30, mas o banco de desenvolvimento, que tem sido elogiado por sua eficiência em vender suas participações, parece não conseguir se decidir sobre este ativo.
Na Faria Lima, bancos que conversam com o BNDES dizem que a Avenida Chile está dividida entre fazer uma oferta (um processo mais longo, que envolveria um roadshow) e um block trade (em que o banco colocaria a participação à venda num grande leilão na B3).
Há ainda o caminho de um M&A, mas trata-se de uma possibilidade mais remota. O banco adoraria um ‘script Molina’ — um estratégico que desejasse montar posição na empresa de um dia para o outro. Isso permitiria ao BNDES seguir o mesmo roteiro de quando vendeu seu stake na AES Tietê, quando o banco pôde escolher entre vender para a Eneva e para a AES Corp.
Por enquanto, a JBSS3 continua com o ônus do overhang, e o banco, sem o bônus da monetização.