O Nubank e o Inter devem reportar um primeiro trimestre forte — apesar da piora na qualidade dos ativos e de um provável aumento nas provisões.
Essa é a visão da Goldman, que publicou suas estimativas para os resultados dos dois bancos.
Para o analista Tito Labarta, o Nubank deve reportar um ROE de high-single digit (próximo a 9%) impulsionado por um forte crescimento da base de clientes, expansão do tíquete médio por cliente e uma aceleração do crédito pessoal.
A Goldman estima que o Nubank vai adicionar 4,5 milhões de clientes no trimestre e ganhar share no mercado de cartões de crédito.
“O cost of risk [que divide as provisões pelo tamanho médio do portfólio de crédito] deve continuar em níveis semelhantes dos últimos dois trimestres, impactado pelo aumento das provisões e o crescimento dos empréstimos pessoais. Ainda assim, esperamos que o Nubank reporte uma margem bruta saudável próxima a 40%,” escreveu o analista.
Para o Inter, a Goldman projeta uma expansão da NIM (a margem financeira) e uma redução das despesas operacionais.
“O maior risco é também do lado da qualidade dos ativos, que deve pressionar as provisões para perdas,” escreveu o analista. “Ainda assim, estimamos um lucro pré-impostos e pós-impostos positivo, possivelmente pavimentando o caminho para um momentum de lucros mais forte no segundo semestre.”
O Nubank é o top pick da Goldman no setor, com um preço-alvo de US$ 8, um upside potencial de 56%. Para o Inter, o preço-alvo é de US$ 3,80 — um upside de 120% em relação ao preço de tela, agora em US$ 1,70.
Para a Goldman, o Inter negocia hoje a 7,1x o lucro estimado para 2024. Como o lucro por ação deve crescer estimados 79% ao ano entre 2023 e 2026, a Goldman acha que o banco dos Menin merece um múltiplo de 15,5x.
Já o Nubank, que negocia a 24x o lucro de 2024, mereceria negociar a 37,5x.