Depois de anunciar duas aquisições em dez dias, o Fleury acaba de reportar resultados em linha com a expectativa do mercado, e com crescimento de dois dígitos tanto organicamente quanto via M&As.

A receita líquida da rede de laboratórios cresceu 11,6% para R$ 2,2 bilhões e entregou crescimento de dois dígitos em todas as regionais, em linha com o consenso. 

O destaque ficou para a marca Fleury, a mais consolidada, que avançou 12,2%. 

As demais marcas em São Paulo tiveram o maior crescimento (27,1%), seguido por Minas Gerais (15,5%) e Rio de Janeiro (10,4%). As outras regionais subiram 17,1%. 10461 89b953cc 64e1 0005 0001 5991a436316b

“O trimestre mostra a força das nossas unidades de atendimento e a disciplina com custos e despesas,” a CEO Jeane Tsutsui disse ao Brazil Journal.  

Já o B2B, que contempla o lab-to-lab e a operação com hospitais, cresceu apenas 2,1%. Segundo Jeane, isso aconteceu por causa do fim da parceria com o Sírio-Libanês, anunciada no fim do ano passado. 

O EBITDA subiu 11,5% e chegou a R$ 599 milhões com uma margem de 27,4%, em linha com o resultado do ano passado e também com o esperado pelos analistas.

A geração de caixa de R$ 718 milhões – alta de 28,6% em relação ao ano anterior – mostra a eficiência da companhia na gestão do capital de giro, disse a CEO.

O bottom line, por sua vez, caiu 3% na comparação anual e chegou a R$ 185 milhões. Segundo a executiva, isso aconteceu por causa do atual nível das taxas de juros e um maior nível de investimentos em tecnologia e digitalização.

A alavancagem da companhia fechou o trimestre em 1x, o mesmo patamar do terceiro tri do ano passado. Jeane não acredita que o número mudará muito no próximo tri, após as aquisições dos laboratórios Femme e São Lucas.

A ideia, segundo ela, é continuar buscando aquisições – e o andamento das negociações de uma possível venda do Fleury para a Rede D’Or não muda a estratégia. 

Esse movimento de M&As tem se intensificado com a volta de múltiplos mais realistas no setor, permitindo aquisições com maior potencial de sinergia.

No caso do São Lucas, adquirido por R$ 34 milhões, o múltiplo EV/EBITDA pós-sinergias ficou em 3,4x, um patamar parecido com o da aquisição do Femme (3,3x).

A ação do Fleury negocia a um EV/EBITDA de 5,2x para os próximos doze meses.

“Contuinuamos olhando ativos seguindo três pilares: estratégico, cultural e disciplica financeira. As nossas aquisições têm sido a múltiplos adequados,” disse a executiva. 

A ação da companhia sobe 4% nos últimos doze meses. O Fleury vale R$ 8,1 bilhões na B3.