Metade das gestoras de VC ainda não usa nenhuma métrica ligada a ESG na hora de acompanhar o desempenho de suas investidas – e nem instrui as startups a fazerem isso.

É isso o que mostra um estudo do Emerging VC Fellows – um grupo que reúne analistas de venture capital – que ouviu 37 gestoras de venture capital que operam no Brasil. (O estudo será lançado oficialmente no mês que vem). 

Na hora de analisar novos investimentos, a situação é semelhante: cerca de 40% das gestoras não incorporam nenhuma métrica ligada ao meio ambiente ou aos aspectos sociais e de governança. 

Boa parte das gestoras que não usam métricas ESG (mais de 70%) disseram não fazer isso por “não saber como trazer essa temática para dentro da realidade do fundo.”

Parte do desafio está ligado ao estágio inicial das companhias, o que diminui as oportunidades de metrificação, já que essas empresas ainda têm poucos dados para avaliar.  

“Por outro lado, isso também abre muitas portas, já que nesse estágio os investidores têm a possibilidade de guiar as empresas na direção das boas práticas,” disse Evelyne Néia, a head de ESG do EVCF. 

Outro desafio é a falta de padronização de métricas, o que abre espaço para o chamado greenwashing, bem como o fato de algumas gestoras ainda não terem clareza sobre o conceito de ESG. 

Segundo Evelyne, muitas gestoras ainda confundem ESG e impacto, o que acaba afastando o tema do dia a dia da operação. 

“Às vezes os fundos pensam que não estão dentro da caixinha de impacto e, por isso, não precisam levar a responsabilidade ambiental, social e de governança em conta.”