A Nexodata — a healthtech de prescrição eletrônica de medicamentos e exames — levantou R$ 35 milhões junto a investidores, incluindo o Meli Fund, o fundo de venture capital do Mercado Livre.
A rodada Série A contou ainda com o Hospital Albert Einstein; a Floating Point, um VC americano; a FIR Capital, de Belo Horizonte; e o family office de Guilherme Benchimol.
A Arpex Capital, de André Street, a LTS, veículo de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, e a GK Ventures, de Eduardo Mufarej, já investiam na empresa, mas não acompanharam a rodada.
A Nexodata foi fundada por Pedro Dias e Lucas Lacerda, os mesmos empreendedores que fundaram e depois venderam a Vitta para a Stone no ano passado. Outro negócio na área de saúde, a Vitta nasceu como um software de gestão para consultórios médicos, mas a dupla deixou o dia a dia da operação há quatro anos para fundar a nova startup.
Na prática, a plataforma da Nexodata digitaliza as prescrições médicas, permitindo que os médicos enviem a receita ou os pedidos de exames direto no smartphone do paciente.
Para que a farmácia possa aceitar a receita no celular, ela precisa estar integrada à plataforma — e a Nexodata já se plugou em 25 mil, criando uma base de dados com praticamente todos os medicamentos disponíveis no mercado.
A solução da Nexodata é bem semelhante à da Memed, a precursora das receitas digitais no Brasil e que acaba de receber R$ 300 milhões da DNA Capital, o veículo da família Bueno, que controla a Dasa.
Mas enquanto a Memed é B2C (se conectando direto com os médicos), a Nexodata opera no modelo B2B2C: são os hospitais e instituições de saúde que contratam o software e depois disponibilizam ele para sua base de médicos.
“Somos uma VTEX da receita digital,” o CEO Pedro Dias disse ao Brazil Journal. “É um negócio basicamente de infraestrutura. Somos como um encanamento que conecta todas as pontas do sistema, permitindo que uma receita consiga ser totalmente digital.”
O grande benchmark da Nexodata é a americana Surescripts, que existe há quase 20 anos e domina boa parte das prescrições digitais nos Estados Unidos.
Segundo o fundador, todos os principais sistemas de HIS (Hospital Information System) já estão integrados de forma nativa com a Nexodata — incluindo a Pixeon (uma investida da Riverwood), a Teladoc, a maior companhia de telemedicina do mundo, e a Philips.
No total, mais de 60 mil médicos já usam a plataforma, o equivalente a 12% de todos os médicos do Brasil.
A startup diz que já tem 250 contratos e que metade das empresas de saúde listadas na Bolsa usam sua solução. Os clientes incluem nomes como Hcor, Rede São Camilo, Unimed Natal, Hospital de Amor de Barretos.
A Nexodata vai usar parte dos recursos da rodada para colocar de pé um marketplace: quando um paciente receber a receita no celular, ele poderá comprar os remédios indicados pelo médico direto na plataforma. A cada venda, a Nexodata ficará com uma comissão.
Neste ano, a soma dos preços de todos os medicamentos gerados em todas as receitas emitidas na Nexodata deve chegar a mais de R$ 400 milhões. A empresa espera que parte deste GMV seja convertido em vendas no marketplace.