Para alegria de quem acompanha o setor, a Nasdaq e o banco de investimento Keefe, Bruyette and Woods (KBW) criaram no mês passado um índice para acompanhar a performance das fintechs.
Para decepção de quem acompanha o setor, o novo índice — ‘KFTX’, hoje negociando na máxima — não passa nem perto das startups que tem cativado a imaginação (e os dólares) do mundo do venture capital ao tentar desintermediar os serviços bancários.
Obviamente, as startups não são listadas, de forma que não haveria um valor de mercado diário a ser medido, mas o ponto que os organizadores do índice querem fazer vai além disso.
Ele dizem que muitas empresas grandes e maduras estão fazendo muito mais para facilitar a entrega de serviços digitais do que as startups mais celebradas.
Pela regra, podem compor o índice “empresas que se valem de uso intensivo de tecnologia para entregar produtos e serviços financeiros”. Outras regras: a distribuição dos serviços tem que se dar por meio quase exclusivamente eletrônico, e a receita deve ser baseada principalmente no pagamento de tarifas ou taxas (‘fees’).
Mas dá pra classificar Amex, Visa e Nasdaq como fintechs? Isso faz algum sentido para quem acompanha o mercado? Vale incluir na mesma cesta uma bolsa como a Intercontinental Exchange (ICE), uma empresa de empréstimos peer-to-peer como a LendingCorp, e uma agência de ratings como a Moody’s?
Ao todo, o índice tem 49 empresas (com peso igual) cujo valor de mercado está em torno de US$ 785 bilhões — ou 18% do valor de mercado de todas empresas financeiras americanas listadas. A lista completa das empresas componentes do índice está aqui.