A Hypermarcas anunciou agora há pouco uma redução de capital de R$ 822 milhões, devolvendo a seus acionistas cerca de R$ 1,30 por ação, e um novo programa de recompra de ações avaliado em cerca de R$ 270 milhões a preços de hoje.
No final do último trimestre, a companhia tinha com uma posição de caixa líquido pro forma de R$ 1,8 bilhão — R$ 1 bilhão deste total era relativo à venda do negócio de fraldas para a belga Ontex, cujo pagamento a companhia recebeu esta semana.
Dada a abundância de caixa, muitos investidores já antecipavam que a empresa retornaria parte dessa liquidez aos investidores: faltava saber o timing e o tamanho. O CEO Claudio Bergamo disse recentemente que a companhia não precisava de mais do que R$ 500 milhões em caixa líquido para sua estrutura de capital.Além da redução de capital, a Hypermarcas está abrindo um programa de recompra de 10 milhões de ações, o dobro dos 5 milhões de ações recomprados ao longo do último ano.
Os dois movimentos sugerem que a Hypermarcas não vê oportunidades de consolidação óbvias no mercado farmacêutico, onde laboratórios como Teuto e Theraskin estão à venda.
Agora à noite, a Hypermarcas também anunciou que seu atual CFO, Martim Prado Mattos, está deixando a companhia depois de 12 anos.
Martim começou a trabalhar com o controlador João Alves de Queiroz Filho em seu ‘family office’ em 2005, antes da criação da Hypermarcas. Tornou-se RI da empresa em 2008 e CFO em 2010, e foi peça-chave nas várias aquisições e desinvestimentos realizados pela Hypermarcas. Ele será substituído pelo atual diretor de RI, Breno Toledo, que vai acumular as duas funções.
Depois de vender sua área de limpeza em 2011, de cosméticos em 2015, e seus negócios de fraldas e preservativos no ano passado, a Hypermarcas tornou-se uma farmacêutica pura, com três unidades de negócios: medicamentos de prescrição médica, OTC e genéricos.
Para esta nova configuração, a empresa promoveu Luiz Eduardo Violland, que liderou seu negócio farmacêutico de 2011 a 2016, ao cargo de COO; ele também deve ganhar um assento no conselho.
A Hypermarcas tem hoje 10% do mercado farmacêutico nacional com as marcas Neoquímica, Farmasa e Mantecorp.
