O JP Morgan elevou seu preço-alvo para a Lojas Renner de R$ 15,50 para R$ 17 e reiterou sua recomendação de ‘compra’.
O banco argumenta que a ação está barata, depois de cair quase 20% nos últimos 12 meses comparado a uma alta de 22% do Ibovespa, e que os resultados de vendas do Brasil estão melhores que o esperado pelo mercado, já que há uma distorção grande por conta da Argentina.
O analista Joseph Giordano disse que, apesar de representar apenas 2% das vendas totais da Renner, a Argentina deve gerar um impacto negativo de 2 a 3 pontos percentuais no ‘same store sales’ do quarto trimestre, dado o cenário de hiperinflação do país.
Como o JP espera um SSS consolidado de 7,4% para o quarto tri, isso significa que “a operação brasileira está rodando no território dos dois dígitos, melhor do que as expectativas do mercado de ‘mid-to-high single digit’,” escreveu o analista.
“Como o SSS tem sido um fator chave para a ação e como o Brasil é o core (e a Argentina é barulho), acreditamos que resultados de curto prazo com tendências melhores no Brasil podem ser um potencial catalisador da ação.”
Joseph notou que pelas regras do IFRS, empresas com operações em economias com hiperinflação têm que reapresentar seus balanços para refletir as mudanças no poder de compra da moeda local.
“Nesse contexto, os números de vendas da Renner na Argentina no quarto trimestre, ainda que pequenas (são apenas quatro lojas e menos de 2% das vendas totais), devem incluir um alto nível de reintegrações da Argentina.”
Excluindo o impacto da Argentina, o JP estima que a operação brasileira tenha um crescimento de SSS de entre 10% a 11%, enquanto o mercado vê a companhia operando com um SSS de 7% a 8%.
“Dado que a Argentina não é uma parte relevante do negócio, acreditamos que o mercado deve filtrar o barulho contábil e focar nas melhores tendências de curto prazo no Brasil.”
A ação da Renner chegou a subir mais de 2% no início do pregão, mas agora negocia próxima a estabilidade, com alta de 0,2%, a R$ 15,16.
A companhia vale R$ 14,5 bi na Bolsa.
Nas contas do JP, a Renner negocia hoje a 13x seu lucro estimado para este ano e a 11x o do ano que vem, em comparação a uma média histórica de 20x. A ação também está com um desconto de 25% em relação aos peers globais em comparação a um prêmio no passado.
“Concordamos que os níveis históricos não devem ser mais uma referência para o valuation, ainda assim acreditamos que o valuation atual não reflete as melhoras sequenciais e as tendências positivas,” escreveu o analista.
O short interest no papel é de 6,58% do float e equivalente a 5 dias de negociação, em comparação a 11,4 dias no pico do short.