Saiu hoje no Diário Oficial da União a nova licitação do “Caminhos da Escola”, o programa federal de compras de microônibus escolares para distribuição nos municípios.

A última licitação havia ocorrido há dois anos.

Num leilão em 23 de junho, o Governo vai comprar 7 mil veículos com valores médios de R$ 380 mil, totalizando cerca de R$ 2,7 bilhões de compras, com prazos de entrega em até 18 meses, começando já a partir de setembro de 2021, estendendo-se por todo 2022 e finalizando no início de 2023. 

A Marcopolo é a grande interessada no negócio, dada a forte retração de vendas provocada pela pandemia. 

Se a Marcopolo conquistar uma fatia de 50% do lote – na licitação anterior foi de 75% – analistas estimam que ela poderia faturar de R$ 650 a 700 milhões ao longo dos seis trimestres das entregas.

A Marcopolo fica com cerca de metade do valor do ônibus — a outra metade corresponde ao chassi, fabricado por empresas como Volks e Mercedes-Benz.

Numa conta simples, o leilão traria um acréscimo de 20% no faturamento da companhia no mercado interno até o início de 2023.
 
A licitação é uma boa notícia, mas onde a companhia ganha dinheiro mesmo é nos ônibus rodoviários, que em 2019 representaram 40% do faturamento e a maior parte de sua margem de lucro. 

Neste segmento, a Marcopolo já começou a sentir a retomada da economia: há cerca de duas semanas, os operadores de turismo já estão mais ativos nos contatos com a equipe comercial da empresa. 

A ação, que negociava a R$ 5,50 no pico pré-covid, hoje sai a R$ 3, com a empresa valendo R$ 2,8 bilhões na Bolsa.