A onda de ‘wellness’ e ‘fitness’ na indústria de alimentos tem forçado as maiores empresas do setor a movimentos dramáticos: a Coca-Cola começou a reduzir o açúcar de seus refris, e a Nestlé está (literalmente) tirando o açúcar do chocolate.
Bem que a General Mills tentou.
No começo de 2016, a fabricante de uma dezena de marcas de cereais reformulou a Trix — sua linha com cores vibrantes, voltada especialmente para crianças — jogando fora a receita antiga e introduzindo um novo produto à la Bela Gil: à base de rabanete, cenouras roxas e açafrão.
Mas, segundo o The Wall Street Journal, os consumidores se rebelaram e a empresa capitulou: nas próximas semanas, vai reintroduzir o produto à base de corantes artificiais, ao lado da versão mais natureba.
Desde que mudou a fórmula, a General Mills foi inundada de emails e ligações pedindo para que a receita voltasse ao modo ‘junk’.
Os corantes naturais não têm a mesma intensidade dos artificiais e acabaram mudando o sabor do produto, que perdeu o apelo. “O cereal virou praticamente uma salada”, reclamou um consumidor ao Journal.
O revés da General Mills — que também fabrica o Cheerios, a pipoca Yoki e os sorvetes Haagen-Dazs— mostra o desafio enfrentado por grandes empresas com marcas e sabores estabelecidos para fazer a transição para um portfólio mais saudável.
No fim de 2015, a General Mills prometeu que iria retirar todos os sabores e cores artificiais de suas marcas de cereais.
Meses depois, chegou a se gabar de que o faturamento das linhas reformuladas tinha crescido em 6% — um número expressivo para o mercado de comidas processadas, que está estagnado nos Estados Unidos.
O jogo parece ter virado. “Nossa conclusão é que nem todos os consumidores querem a mesma coisa”, disse um porta-voz da General Mills ao Journal.
A empresa não planeja trazer de volta a cor artificial de outra linha, os Fruity Cheerios, porque não houve reclamações. Mas ao mesmo tempo está adiando a mudança na fórmula de outras marcas para a versão natural até que consiga calibrar as receitas.