A Moody’s elevou os ratings da BR Partners, uma medida que deve expandir o relacionamento do banco de investimentos com as maiores empresas brasileiras e abrir novas oportunidades de funding.
Os ratings de emissor e depósito de longo prazo do banco BR Partners subiram de A+ para AA-, com perspectiva estável, a Moody’s disse agora à tarde.
No business de tesouraria, em que a BR Partners é contraparte de empresas de grande porte em operações de derivativos, o novo rating vai permitir que esses clientes aumentem o limite do banco “de forma exponencial,” Marcelo Costa, o CFO do banco e head de sales & trading, disse ao Brazil Journal.
“Além disso, muitas empresas de capital aberto têm restrição a bancos com rating inferior a AA, e agora poderão passar a operar conosco.”
Em muitas empresas listadas, a política de risco determina que a exposição a um banco é definida por duas variáveis: o rating e o patrimônio da instituição financeira.
“Com o IPO no ano passado, já tínhamos melhorado nossa métrica de patrimônio – que foi de R$ 250 milhões para R$ 700 milhões – mas continuávamos com um teto de limite por causa do nosso rating. Sem falar que há várias empresas que, independente do patrimônio, exigem um rating AA,” disse Marcelo, acrescentando que o business “já deve sentir o benefício desse rating no segundo semestre.”
Em relação ao custo de funding, o CEO do banco, José Flávio Ramos, disse que o spread deve cair apenas marginalmente “porque muitos investidores institucionais já viam na gente uma estrutura compatível com um rating AA, com balanço pouco alavancado, um caixa confortável e um business de alta rentabilidade. O que vai aumentar agora são os bolsos institucionais que vão aprovar limites para o banco.”
A Moody’s disse que a BR Partners “tem demonstrado capacidade de gerar resultados consistentes através de um sólido pipeline de negócios construído ao longo dos anos … apesar dos bancos de investimento, de forma geral, apresentarem exposição a receitas de atividades que a Moody’s normalmente considera como potencialmente voláteis e mais sensíveis a confiança.”
No primeiro trimestre, a receita da área de banco de investimento – que inclui os M&As pelos quais a empresa é mais conhecida – representou 36% da receita total, ante 57% um ano antes. A área de mercado de capitais, que estrutura produtos de dívida para clientes, fez 24% da receita, comparado a 31% um ano antes.
A área que mais cresceu foi sales & trading, que oferece derivativos para clientes corporativos e na qual a BR Partners não toma risco proprietário. A área já faz 15% da receita do banco contra 5% um ano atrás.
Há duas semanas, a Fitch havia elevado o rating de longo prazo da BR Partners de A+ para AA-, com perspectiva estável.