Com os millennials lotando os voos, algumas companhias aéreas estão fazendo tudo para paparicá-los. 

Tudo mesmo.

A Air France acaba de lançar uma nova subsidiária especialmente para a geração que prefere viver experiências a adquirir bens materiais e que vai representar metade dos passageiros da classe executiva até 2020, segundo um estudo do Boston Consulting Group.  

Segundo a Air France, a Joon — cujo nome vem de ‘jeune’, jovem em francês — não é uma ‘low cost’, mas uma companhia butique focada em oferecer uma ‘experiência de viagem global’ para passageiros entre 18 e 35, com foco em design e tecnologia. A intenção é rejuvenescer a marca mãe, de 84 anos, a partir de um filhote ‘jovem e conectado’ e, de quebra, reduzir custos e melhorar o resultado.

A Air France teve que fazer uma longa negociação trabalhista com seus pilotos, que temiam que a nova operação levasse a um rebaixamento salarial. Pelo acordo, os pilotos da Joon terão as mesmas condições salariais e de carreira. No entanto, a nova companhia nascerá com uma estrutura mais enxuta e contará com comissários e parte da equipe de terra terceirizados.

A Air France ainda não forneceu detalhes de tarifas nem destinos. A previsão é iniciar a operação no outono europeu com voos de baixo custo e médio alcance, enquanto os voos de longo alcance devem ser inaugurados em meados de 2018. A base de operações será o aeroporto Charles de Gaulle.

Pelo acordo com os pilotos, a companhia se comprometeu a reservar até no máximo 18 aviões para os voos de médio curso e 10 jatos para destinos internacionais mais distantes.

A Joon — que será comandada por Jean-Michel Mathieu, até agora o vice-presidente sênior de vendas diretas e serviços do grupo Air France-KLM — também é uma resposta da Air France para a concorrência, não apenas com as ‘low cost’, mas também com as companhias da Ásia e do Oriente Médio, famosas pela excelência dos serviços.

Mesmo antes dos millennials nascerem, a britânica Virgin já tinha esse foco jovem, com design, tecnologia e experiências únicas, como uma limousine que leva e traz os passageiros da sua Upper Class do aeroporto, hoje algo comum na primeira classe de muitas companhias.

Agora, até mesmo companhias tradicionais estão experimentando novidades para atrair a nova geração. Nos EUA, a Southwest oferece música ao vivo em alguns voos e encoraja pilotos a tirar selfies com os passageiros. A Delta tem ficado famosa pelos vídeos de segurança engraçadinhos e cheios de emojis, e a australiana Qantas ganhou muita mídia espontânea ao ser a primeira companhia a oferecer óculos de realidade virtual para passageiros da executiva. 

No Brasil, a Gol lançou recentemente o ‘Selfie check-in’, que permite fazer o check-in pelo aplicativo de celular usando uma tecnologia de reconhecimento facial. O serviço está disponível em voos domésticos e internacionais.