É hora de colocar o Nubank no portfólio, concordam os analistas do BTG Pactual e do Itaú, citando resultados em recuperação, um macro melhor que o esperado e o patamar atual da ação.
Os bancos passaram a recomendar a compra do papel após a publicação do balanço do segundo tri, ambos com o preço-alvo de US$ 18, um upside potencial de 35% sobre o fechamento de ontem.
No início da tarde, a ação operava em queda de 0,9% em NY.
É a primeira vez que a equipe de Eduardo Rosman, do BTG, fica overweight no papel desde o IPO, em dezembro de 2021.
O Nubank havia dado um susto no mercado no fim do ano passado. A modalidade de PIX no crédito perdia força e o banco tentava acelerar as vendas para clientes de baixa renda mesmo em meio a um ambiente cercado por incertezas macro.
A expectativa média do mercado para o lucro líquido em 2025, que era de R$ 3 bilhões antes dos resultados do terceiro tri de 2024, caiu para cerca de R$ 2,5 bilhões no início de 2025, o que provocou um selloff das ações.
Mas o macro não piorou como esperado, permitindo que a utlização de cartões e PIX no crédito voltasse a acelerar.
Além disso, o Nubank começou a trabalhar para ser mais assertivo nos limites de crédito.
“A qualidade do crédito parece estável, e o segundo tri trouxe uma provisão preventiva significativa para os limites recém-concedidos, o que deve se traduzir em um total payment volume mais alto no futuro; o segundo semestre deve ser mais forte,” disse o time de analistas do Itaú, liderado por Pedro Leduc.
O BTG destacou também a operação no México, que vê como “o pilar mais importante da tese”.
Uma expansão bem sucedida no país, segundo o banco, pode justificar um re-rating da ação e “ajudar a convencer o mercado de que o Nubank pode entrar com sucesso em novas geografias”.
O Itaú vê riscos de upside e downside no México. A carteira de crédito parte de uma base baixa, então existe potencial; ao mesmo tempo, o banco precisa provar que consegue crescer no país.
No Brasil, o Itaú vê o comportamento do mercado de trabalho, as discussões sobre as taxas de intercâmbio de cartão de crédito e o ciclo de crédito como fatores que podem impactar a ação em ambas as direções.
Já o BTG entende que o Nubank pode se beneficiar de maiores transferências governamentais e programas sociais em 2026, assim como da provável isenção de imposto de renda para pessoas físicas com renda de até R$ 5 mil.
Sobre valuation, os analistas dos dois bancos concordam que o preço da ação parece atrativo.
“Não é simples estabelecer um valuation para o Nubank, dado seu perfil de alto crescimento, o fato de ainda estar começando uma expansão internacional e sua forte concentração no mercado de massa brasileiro,” disse o BTG.
O banco negocia a um P/L de 19x para 2026, um número razoável, segundo o BTG, “que parece atribuir pouco ou nenhum valor a novos produtos e à expansão geográfica”.
A ação do Nubank sobe 25% em 2025, mas recua 8% em um ano.
O banco vale US$ 64 bilhões na Bolsa.