O mercado de petróleo terá sobreoferta recorde no ano que vem — maior ainda que em 2020, em plena pandemia.

Os dados — da Agência Internacional de Energia (IEA) — foram publicados na manhã de hoje e, se se comprovarem, podem ter consequências para a Petrobras.

Com uma demanda que cresce cada vez menos e uma oferta que não para de se expandir, o excesso de oferta deve ficar em média em 2,96 milhões de barris por dia em 2026, um ritmo superior a 2020, o primeiro ano da pandemia.

Naquele ano, a sobra de petróleo chegou a ficar em 7 milhões de barris por dia no segundo tri — um recorde que deve se manter intacto — mas cortes de produção da OPEP+ nos meses seguintes fizeram a média anual baixar.

O consumo global de petróleo crescerá apenas 680.000 barris por dia em 2025 e 700.000 barris por dia em 2026, segundo a IEA, atingindo 104,4 milhões de barris por dia.

Trata-se do menor nível de crescimento desde 2019, disse a Bloomberg, à medida que a confiança do consumidor segue abalada e diante de uma demanda abaixo do esperado na China, Egito, Índia e Brasil.

Além de ajudar a puxar a demanda para baixo, o Brasil também está entre os países com maior participação no aumento da oferta global de petróleo, juntamente com Canadá, EUA e Guiana.

A IEA estima agora que a oferta fora da OPEP+ deve crescer 1 milhão de barris por dia em 2026, contra uma expectativa de 100.000 barris por dia da última projeção.

O Brent recua 12% no ano, negociado a US$ 66, após a OPEP+ aumentar sua produção e com as políticas tarifárias de Trump pesando o humor do mercado.

Mas após os estoques mundiais da commodity atingirem o maior patamar em 46 meses em junho, tudo indica que os preços podem continuar caindo após o pico de demanda do verão do Hemisfério Norte.

Entre as pressões altistas, novas sanções contra a Rússia ou Irã podem limitar a oferta.

“Algo terá que ceder para que o mercado se equilibre,” disse a IEA.