A Moura Dubeux reportou o melhor trimestre de sua história, com números recordes em praticamente todos os indicadores e geração de caixa positiva pela primeira vez em 12 meses.
A maior incorporadora do Nordeste, focada no médio e alto padrão, teve uma receita líquida de R$ 392 milhões no segundo tri, com uma margem bruta de 36,7% e lucro líquido de R$ 75 milhões.
Já as vendas líquidas atingiram R$ 492 milhões, uma alta de 32,2% em comparação ao primeiro trimestre, enquanto os lançamentos bateram em R$ 637 milhões, crescendo 83%.
O CEO Diego Villar disse ao Brazil Journal que a companhia está chegando onde havia prometido quando fez seu IPO, em fevereiro de 2020. “E fizemos todo esse ciclo de crescimento com uma baixa alavancagem e com muita constância nas margens,” disse ele.
“O segundo tri foi o melhor que já fizemos, mas não é o melhor que podemos fazer. Vamos entregar mais.”
Segundo ele, os números de julho e agosto sinalizam para um terceiro tri ainda mais forte em vendas.
A alavancagem da Moura Dubeux caiu de 7,7% do patrimônio líquido no primeiro trimestre para 6% agora, com a companhia gerando R$ 19 milhões em caixa.
O resultado marca um ponto de inflexão para a incorporadora, que vinha queimando caixa desde meados do ano passado por uma questão cíclica do setor: ela havia feito muitos lançamentos, que ainda não tinham sido entregues.
Com a entrega de boa parte deles ao longo deste ano, ela voltou a ver uma entrada relevante de recursos, o que mudou a dinâmica da geração de caixa.
A Moura Dubeux entregou sete obras este ano, e pretende entregar mais cinco até o final do ano.
“Com o caixa dessas entregas vamos entrar num ciclo recorrente de geração de caixa,” disse o CEO.
Segundo ele, a esteira para começar a receber os recursos a partir da entrega do empreendimento dura de 6 a 10 meses. “Esses repasses dos bancos vão começar a crescer cada vez mais agora. No segundo semestre, devemos receber 3 vezes mais em repasses do que recebemos no primeiro,” disse ele.
Com a geração de caixa antes do esperado — e o lucro recorde — a Moura Dubeux pretende antecipar também seu plano de começar a pagar dividendos.
Diego disse que a ideia é fazer o primeiro pagamento no quarto trimestre, referente aos resultados do terceiro tri.
Com o lucro deste trimestre, a companhia já deixou de ter prejuízos acumulados, e passou a ter R$ 40 milhões em lucros acumulados no balanço, o que já permitiria a distribuição de proventos.
Com a retomada da geração de caixa, a Moura Dubeux também voltou a acelerar os lançamentos. No segundo tri, ela fez quatro lançamentos: dois da Mood, a linha de médio padrão da companhia, em Recife e Fortaleza; um da linha Concept em Aracaju; e a primeira fase do complexo Othon, com um residencial de alto padrão.
Na média, esses empreendimentos já estão de 30% a 40% vendidos, segundo o CEO.
Em agosto, a companhia fará um novo lançamento: a segunda fase do Othon, que será um empreendimento residencial apenas com studios de 1 a 2 dormitórios. Diego disse que mesmo antes do lançamento esse empreendimento já está 100% reservado.
Outro destaque do trimestre foi a venda sobre oferta (VSO), um indicador que mede a velocidade de vendas do estoque da companhia. No segundo tri, o VSO ficou em 45,6%, um dos maiores do setor. A Moura Dubeux tem operado com um VSO acima de 40% há 15 trimestres consecutivos.