Nada mudou.
Confirmando a tese de que as agências de classificação de risco são sempre retardatárias ao reagir aos eventos da economia real, a Moody’s acaba de colocar a nota de crédito do Brasil em perspectiva negativa, o primeiro passo para rebaixar o rating do País.
A agência citou o baixo crescimento econômico, a crise de confiança do empresariado (que levou a uma queda do investimento) e o “desafio fiscal” representado por uma dívida alta e um crescimento baixo.
Com um rating mais baixo, o custo dos empréstimos internacionais para as empresas e para o Governo brasileiro sobe.
Em princípio, o possível corte pela Moody’s, que ainda pode demorar meses, não ameaça o chamado “grau de investimento”, o selo de qualidade dado pela agência que certifica que o País é um lugar “seguro” para se investir.
Na escala de ratings, o Brasil está dois degraus acima do grau de investimento.
Mas a pergunta é: com um PIB em estado de coma, centenas de bilhões de reais em esqueletos fiscais, contabilidade criativa e intervenção governamental em vários setores… como é que a perspectiva ainda não era negativa?