Aos 75 anos e com 58 de carreira, o cartunista Chico Caruso ajudou a contar a história política e social do Brasil por meio de seus traços. “Gosto de deixar o lápis pensar,” disse neste episódio de The Business of Life.
A inspiração veio da família. Seu avô, pintor amador e caricaturista, foi uma influência decisiva para ele e seu irmão gêmeo, Paulo. Os dois começaram a trabalhar na imprensa ainda na adolescência.
Aos 17 anos, Chico já publicava charges na Folha da Tarde, enquanto Paulo fazia o mesmo no Diário Popular. “Nós éramos uma piada da natureza”, brinca Chico sobre o fato de serem gêmeos idênticos e se tornarem cartunistas.
A transição para a imprensa carioca aconteceu com um convite do Jornal do Brasil, onde substituiu Ziraldo. Pouco tempo depois, ele foi para O Globo, onde se consolidou como um dos principais chargistas do país.
A veia política sempre esteve presente no seu trabalho. Com influências de Millôr Fernandes, Jaguar e Laerte, aprendeu a capturar a essência dos personagens políticos. “Os presidentes sempre são um prato cheio para a caricatura.”
Além do trabalho nos jornais, Chico também se dedicou a projetos paralelos, como livros e exposições. Sua biografia ilustrada sobre Picasso é uma de suas obras mais queridas. “Meu avô era espanhol, de Málaga, e foi uma grande influência para mim. Quando vi Picasso, mergulhei na história dele.”
Mas sua paixão principal sempre foi o humor gráfico. “Nunca vendi nada na vida, só desenho.”
Também disponível em Podcast: