O Bradesco BBI está otimista com todo o setor de bens de capital — mas a menina dos olhos do banco é a Marcopolo.
O banco vê espaço para a fabricante de carrocerias de ônibus dobrar de valor no ano que vem, com o papel chegando a R$ 5. A ação abriu hoje em alta de 2% a R$ 2,47.
O otimismo do Bradesco tem a ver em grande parte com uma possível retomada dos investimentos do “Caminho da Escola”.
O programa — que disponibiliza ônibus escolares para as crianças de zonas rurais — representou 14% das entregas da Marcopolo em 2021 e 31% nos nove primeiros meses deste ano, o equivalente a uma receita de R$ 1,3 bilhão de janeiro a setembro.
“O programa foi criado em 2009, sugerindo que será mantido (pelo novo governo) e potencialmente expandido para áreas urbanas, o que dobraria o volume de ônibus necessários,” escreveram os analistas Victor Mizusaki, André Ferreira e Pedro Fontana.
Outro fator que pode ajudar a Marcopolo é o alto preço das passagens aéreas, que tem impactado positivamente a demanda por viagens de ônibus.
De acordo com a ANTT, o gap entre os tíquetes de ônibus e avião chegou a 89% no primeiro semestre, percentual que deve aumentar por causa do encarecimento das passagens aéreas no fim de ano.
O Bradesco vê a Marcopolo negociando a 4,6x o EBITDA estimado para o ano que vem, um desconto de 74% em relação à média histórica.
No setor, o Bradesco também manteve ‘compra’ para Embraer, Randon, Iochpe-Maxion e Tupy, além de permanecer ‘neutro’ na WEG. A única empresa com recomendação de ‘venda’ é a Mahle Metal Leve.