A Malga – uma fintech que funciona como uma marketplace de serviços financeiros para plataformas de ecommerce, fintech e plataformas de serviços – acaba de levantar uma rodada para acelerar seu crescimento.
A Série A de R$ 32 milhões foi liderada pelo CV iDEXO, o fundo de corporate venture capital da TOTVS, e a Costanoa. A rodada também trouxe dois novos investidores: os fundos Ignia e Gaingels.
QED, Norte Ventures e Y Combinator, que já eram investidores na startup, também acompanharam a rodada.
Alex Vilhena, o co-fundador e CEO da Malga, disse que o aporte vai acelerar ainda mais o crescimento da startup, que triplicou seu faturamento no ano passado depois de quintuplicá-lo em 2023.
“Queremos triplicar de novo neste ano e vamos ampliar o time. No atual ritmo, iríamos chegar ao breakeven em março, mas estamos vendo muito espaço para novos investimentos e, assim, aumentar a velocidade do crescimento,” Vilhena disse ao Brazil Journal.
Nascida em 2020 com o nome Plug, a Malga é uma fornecedora de infraestrutura inteligente de pagamentos, um marketplace que conecta provedores de pagamento com empresas de ecommerce.
Funciona assim: o cliente da Malga cria um fluxo e escolhe as empresas que ele gostaria que fizessem o processamento de seus pagamentos – optando pelos que têm menores taxas ou uma maior taxa de aprovação dos pagamentos, por exemplo. (A plataforma também pode escolher os adquirentes de maneira automática.)
O diferencial da Malga é que, caso a primeira opção não aceite o pagamento, há uma tentativa na segunda. Se a segunda não der certo, vai para a terceira – e assim sucessivamente.
Com essas ferramentas, alguns clientes da Malga – que atende empresas como Petlove, Privalia e Ingresse – chegaram a reduzir os custos com o Pix em 90%, em 50% nos boletos e em até 40% nas operações de cartão de crédito, segundo a startup.
Mais do que isso, a infraestrutura também reduziu o número de transações negadas em 20%. Vilhena calcula que as empresas que utilizam a Malga tiveram cerca de R$ 170 milhões em recuperação de vendas.
Entre os mais de 20 processadores, os principais com mais volume utilizados são Cielo, Mercado Pago, PagSeguro e PicPay.
Com isso, o TPV da Malga chegou a R$ 4 bilhões no ano passado, praticamente triplicando o volume de 2023.
“Além disso, usamos sistemas antifraude para evitar golpes e temos equipes de CX para ajudar os clientes a adotar as melhores práticas,” disse Vilhena.
Os próximos passos da Malga passam por criar sistemas próprios de pagamento e contas digitais. A empresa também conta com serviços como tokenização de cartões e split de pagamentos (que divide as compras entre provedores diferentes), entre outros plugins.
No fim do ano passado, a Malga comprou a Drip – uma startup de Pix parcelado – a fim de avançar na área de crédito.
“Mas neste momento não queremos ser um banco, pois há muita demanda no setor de pagamentos. No médio e longo prazo, naturalmente, vamos ver novas opções,” disse o CEO.
Vilhena quer atacar principalmente as taxas de compras negadas no Brasil. Hoje, segundo ele, uma em cada quatro compras no ecommerce brasileiro é negada. Em países desenvolvidos, o índice não chega a 5%.
Obviamente que parte desses cancelamentos é devido a fraudes, mas o executivo enxerga que muitas compras são negadas por um “excesso de zelo”. Por isso, ele quer acrescentar ainda mais ferramentas para evitar que compras seguras sejam negadas.
Segundo ele, o objetivo de longo prazo da Malga é convencer os clientes de que faz mais sentido usar uma plataforma – e acessar o melhor de todos os adquirentes e subadquirentes – do que negociar com cada um deles.
“O nosso maior concorrente ainda é a inércia dos varejistas. Precisamos convencê-los que o sistema de pagamentos pode ser visto como um benefício, e não como um custo,” disse.