Em meio a previsões de que o bitcoin pode ter uma queda ainda mais dramática, o ETC Group — uma das maiores gestoras de criptoativos da Europa — está listando no Brasil seu ETF da moeda, que já tem US$ 470 milhões em ativos sob gestão e uma liquidez diária de US$ 38 milhões na Europa.

O ETF vai ser negociado na B3 com o ticker BTCE11; na Bolsa da Alemanha, o ticker é apenas BTCE.

Diferente da maioria dos ETFs brasileiros de cripto, o processo de listagem do BTCE11 não vai passar por uma oferta pública a investidores. O fundo passivo vai ser listado com o seed money de seus market makers, que deve girar em torno de R$ 10 milhões.

A expectativa da ETC é que já nos primeiros seis meses o fundo chegue a R$ 100-200 milhões em ativos sob gestão, com a demanda vindo principalmente de investidores institucionais.

Tecnicamente, o BTCE11 é um espelho do fundo listado na Europa: ele compra cotas do ETF alemão que, por sua vez, investe 100% do capital em bitcoin. A taxa de administração será de 0,25% ao ano.

O ETC Group está entrando num mercado que já tem dois concorrentes de peso: a Hashdex e a QR Capital.

Ambas as gestoras brasileiras já tem seus ETFs de Bitcoin listados na B3 com um tamanho significativo. A Hashdex tem o BITH11, que tem um market cap de R$ 190 milhões; a QR Capital, o QBTC11, com R$ 124 milhões em ativos.

Rafael Zanatta, o head de business development do ETC Group, disse ao Brazil Journal que o grande diferencial do BTCE11 é a liquidez “substancialmente maior” do produto – o que dá mais flexibilidade aos investidores institucionais – bem como o track record da gestora, a primeira a listar um ETF de bitcoin na Europa quase dois anos atrás.

Como não tem licença de gestora no Brasil, a ETC fechou uma parceria com uma gestora local para trazer o produto. A administração será feita pela Vórtx.

Rafael diz que a ETC planeja trazer mais produtos para o Brasil. A gestora tem outros 15 ETFs ‘monoativos’ — incluindo um de ethereum e um de solana.

A ETC tem pouco mais de US$ 515 milhões em ativos sob gestão – um número que já chegou a bater US$ 2 bi no pico do mercado de cripto.

Os tempos mudaram.