O Magazine Luiza concordou em pagar 50% a mais pela Netshoes para garantir a aquisição depois que uma oferta concorrente da Centauro jogou dúvida sobre o fechamento da operação.
O Magalu disse agora à noite que vai pagar US$ 93 milhões (ou US$ 3 por ação da Netshoes), e que espera que a transação — já aprovada pelo CADE — feche até dia 12 de junho.
O CEO Frederico Trajano anunciou a compra do Netshoes em 29 de abril a um preço de US$ 2 por ação. Na quinta-feira passada, a Centauro ofereceu US$ 87 milhões.
O conselho do Magalu se reuniu neste domingo e aprovou o contraoferta.
Mais significativo, o board da Netshoes também aprovou o novo preço e recomendou que os acionistas aprovem a oferta na assembleia marcada para quinta-feira, citando o grave problema de caixa da empresa. Estima-se que a Netshoes precise de uma injeção imediata de quase R$ 150 milhões apenas para colocar seu capital de giro em ordem.
Como a soma dos market shares da Centauro e da Netshoes ultrapassa 50% no varejo online de artigos esportivos, o board da Netshoes alertou aos acionistas que uma oferta da Centauro provavelmente enfrentaria um rito ordinário no CADE — ao contrário do rito sumário da oferta do Magalu — o que colocaria a continuidade das operações da Netshoes em risco.
A Netshoes contribui para a construção do Magalu como um ‘one-stop shop’, já que a empresa dos Trajano estava ausente da categoria calçados.
Com a aquisição, o Magazine adiciona 6 milhões de usuários ativos à sua base de 17 milhões, e dobra sua frequência anual de vendas. Para efeito de comparação, enquanto o Alibaba faz cerca de 80 vendas/ano para seus clientes, e a Amazon, cerca de 50, o Magalu faz na média apenas 3 vendas por ano — um número que vai dobrar com a compra da Netshoes. No Brasil, o Mercado Livre faz cerca de 7-8 vendas por cliente ativo por ano.